BLCS assinala Dia Mundial do Braille

A Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva (BLCS) está a assinalar o Dia Mundial do Braille com exposições e oficinas para crianças, jovens e adultos. A efeméride comemora-se esta quinta-feira, dia 4 de Janeiro, e pela Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva o dia contará com actividades teóricas e práticas dirigidas ao público em geral.

Na manhã desta quinta-feira realiza-se um  Workshop sobre Braille para jovens e adultos, entre as 9h30 e as 11h30 que consiste numa “breve explicação sobre o sistema de escrita braille, além de exercícios práticos de escrita em máquina de braille e folhas com células braille”, explicou Maria Peixoto. Esta primeira oficina tem a capacidade máxima de dezasseis pessoas, divididas em dois grupos.

Já a segunda oficina é dirigida às crianças (14h30). Denominada ‘A Boneca Brailine’, consiste no ensino através de um novo sistema de escrita e de leitura. Sinopse: Pequena demonstração da boneca de braille às crianças (chamada Brailine). Ambas as inscrições são gratuitas e devem ser feitas através do email marcações@blcs.pt .

Até 13 de Janeiro é possível econtrar na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva três exposições associadas ao braille.

Uma delas visa mostrar os equipamentos do Serviço de Apoio à Inclusão (BAI), para pessoas cegas ou com baixa visão, onde os interessados poderão experimentá-lo para melhor conhecê-lo com a ajuda das responsáveis por este serviço. 

A segunda exposição passa pela mostra de publicações em braille e audiolivros. Está à disposição para empréstimo domiciliário o audiolivro “Os 35 contos dos Irmãos Grimm” da editora TOCA, em leitor MP3, para quem tiver interesse em experimentar outro tipo de suporte e formato de leitura.

Já a terceira exposição bibliográfica intitula-se “Fizemos dos olhos uma espécie de espelhos virados para dentro

José Saramago in Ensaio sobre a Cegueira, p. 26. É uma exposição com livros a negro, com literatura de ficção que aborda a temática da deficiência da visão. As obras seleccionadas incorporam, como personagens principais ou secundárias, pessoas que possuem deficiência visual, ou até acontece ser este o tema central da obra. As situações descritas podem ser mais metafóricas ou reflexivas, mais mistificadas ou reais. Faça a sua descoberta.

A Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva disponibiliza material dedicado ao braille desde 2007 e são vários os utilizadores com deficiência invisual, ainda que a unidade não tenha contabilizado o número de frequentadores.  À RUM, Maria Peixoto explicou que “muitas pessoas que procuram a BLCS não estão inscritas”, outros passam pelo edifício a título de “curiosidade” com o objectivo paralelo de “ajudar outras instituições”. 

A data de 4 de Janeiro assinala o nascimento de Loius Braille, o criador do sistema de leitura e de escrita Braille, que permite através do toque facilitar a vida das pessoas invisuais e a sua integração na sociedade. Louis Braille ficou cegou aos 3 anos de idade e aos 20 anos conseguiu formar um alfabeto com diferentes combinações de 1 a 6 pontos que se alastrou pelo mundo e que ainda hoje é usado como forma oficial de escrita e de leitura das pessoas cegas.

O Braille é composto por 64 sinais, gravados em papel em relevo. Estes sinais são combinados em duas filas verticais e justapostas, à semelhança de um dominó ao alto. A leitura faz-se da esquerda para a direita.