“Braga com potencialidades para o desenvolvimento nacional”

Na abertura das jornadas parlamentares do PCP, em Braga, Jerónimo de Sousa falou, entre outros assuntos, do braço-de-ferro entre Governo e hospitalização privada, do salário mínimo, dos transportes e do ensino.
Na saúde, para o comunista, “a situação é preocupante”.
Jerónimo fala de uma “poderosa operação contra o Serviço Nacional de Saúde”. “Alimentados em grande parte por recursos públicos, os grupos privados da saúde querem continuar a expandir o seu negócio e a aumentar os seus lucros à custa da degradação do SNS, da captura dos seus profissionais e utentes”, apontou durante o seu discurso.
O secretário-geral do PCP referiu-se à“dimensão e agressividade do ataque que tem vindo a ser desenvolvido contra o serviço público, que está cada vez mais patente na realidade do país e conheceu um novo desenvolvimento com a operação de chantagem lançada por alguns dos principais grupos privados da área da saúde, contra a ADSE”.
No entanto, defende o PCP, “o Governo não deve ceder à chantagem , e, se necessário, deve recorrer aos mecanismos legais da requisição de serviços para que toda a capacidade na área da saúde se mantenha ao serviço das populações”.
Jerónimo apontou ainda a necessidade de “uma política que ponha fim à transferência de responsabilidades do Estado para os grupos privados, nomeadamente com o fim das PPP, incluindo o Hospital de Braga, termine com o subfinanciamento crónico das unidades de saúde, que elimine as taxas moderadoras, que promova a valorização social, profissional e salarial dos profissionais integrados no SNS”.
PCP defende “gratuitidade de todos os graus de ensino e contratação de trabalhadores”
No ensino, o PCP frisa “a gratuidade de todos os graus de ensino, o reforço e valorização do sistema educativo público, democraticamente gerido e dotado de objectivos, estruturas, programas e meios financeiros e humanos que permitam a concretização desse direito à educação e ao ensino, incluindo no Ensino superior, com um novo modelo de financiamento e a reformulação do seu regime jurídico”.
“Avançar com a contratação dos trabalhadores em falta na Educação e Ciência, vinculando aqueles que estão em situação de precariedade e a integração progressiva de todos os investigadores bolseiros e faça o investimento necessário nas infraestruturas e nos equipamentos escolares”, apontou ainda Jerónimo de Sousa.
“Não se deixará de ter em consideração nas Jornadas o problema do fecho da malha na ligação Braga- Guimarães”
Os transportes também mereceram a atenção dos comunistas, que falam da necessidade de “reposição de uma parte importante da rede ferroviária nacional que foi desactivada, assumir a prioridade na manutenção e modernização da rede ferroviária nacional, incluindo reativação de linhas já enceradas, uma aposta fundamental na renovação do material circulante ferroviário , que tem registado problemas muito sérios de operacionalidade”.
“Não se deixará de ter em consideração nas Jornadas o especifico problema do fecho da malha na ligação Braga- Guimarães, ao qual urge dar resposta para responder às necessidades das populações”, acrescentou ainda o secretário- geral do partido.
Para Jerónimo, “a necessidade de investimento público capaz de responder às necessidades de desenvolvimento do país é uma exigência que não se compadece com as actuais opções políticas”. “O investimento que devia ser opção central está dependente da política de ditadura do défice das contas públicas”, completou.
“Braga reflecte a destruição a que a política de direita sujeitou os nossos sectores produtivos”
O presidente do grupo parlamentar do PCP, João Oliveira, considera que “na indústria, agricultura ou pesca, o distrito de Braga reflecte a destruição a que a política de direita sujeitou os nossos sectores produtivos nos últimos 40 anos”.
Mas Braga, “apresenta também exemplos das potencialidades que existem e que é necessário aproveitar para assegurar o desenvolvimento nacional, para satisfazer as necessidades do país e romper com a dependência externa, uma política capaz de assegurar o crescimento económico e o emprego com direitos para que a criação de riqueza seja acompanhada da sua mais justa atribuição”.
Em Braga, Jerónimo defendeu a subida do salário mínimo para os 650 euros para todos os trabalhadores e deixou o aviso de que “é preciso mudar mesmo” de política — e não “fechar” para balanço e eleições.
Por esta hora, a visita prossegue. Entre outro locais no distrito, os deputados e candidatos do partido às europeias visitam o agrupamento de escolas Dona Maria II e encontram-se com os utentes e trabalhadores do Hospital de Braga e dos Transportes Urbanos.
O dia começou com uma visita ao Mosteiro de Tibães e termina com um encontro com a União dos Sindicatos de Braga. A sessão de encerramento das Jornadas Parlamentares do PCP terminam esta terça-feira, pelas 14h30.
Áudio:
Declarações de Jerónimo de Sousa na sessão de abertura das Jornadas Parlamentares do PCP
