Braga do futuro na mira dos jovens

O desafio foi lançado há sete anos e Braga foi um dos primeiros municípios a aceitá-lo. A tarefa é da responsabilidade dos jovens e tem como horizonte o futuro da cidade.
É assim um pouco por todo o país e, até, no mundo. Já que o projecto “Nós Propomos” chega, actualmente, a sete países e, em Portugal, este ano, a cerca de 35 municípios.
A Escola Sá de Miranda é já exemplo de ideias que acabam premiadas, conquistando, há dois anos consecutivos, o prémio de vídeo. Na base das propostas que serão apresentadas, em Lisboa, a 27 de Abril de 2020 estará um ano de trabalho, de pesquisa, de reflexão crítica e sobretudo, cumprindo o principal objectivo do projecto, a educação cidadã.
A 7.ª edição do “Nós Propomos” foi apresentada, esta quarta-feira, na Escola Sá de Miranda.
Na sessão, Miguel Bandeira, vereador do Planeamento e Ordenamento do Território da Câmara de Braga, frisou os “mais de mil estudantes” bracarenses que o projecto envolveu, desde o início, e destacou “algumas ideia que estão já incorporadas, ligadas à segurança rodoviária, acessibilidade e mobilidade, como as passadeiras”.
As ideias “nao têm que se converter em projectos concretos, porque não são orçamentadas”, facto que acaba distinguir o projecto do Orçamento Participativo.
“Nós propomos” chega a mais de 30 municípios portugueses e a 7 países do mundo
O objectivo, sublinhou o vereador, é “pensar o futuro da cidade não apenas segmentado aos decisores políticos mas a todos, porque é nessa convergência que os projectos se tornam consistentes”.
“Quando a Câmara Municipal de Braga teve que seleccionar a área alvo do Areal de Cima do Pachancho como prioritária na intervenção teve em conta essa massa crítica e teve em conta algumas ideias que foram aqui apresentadas”, exemplificou Miguel Bandeira.
O vereador diz ainda que da inicitiva surgem “ideias muito interessantes, mas que implicam milhões de euros de investimento, além de que é de salientar a dimensão didáctica de formação e desenvolvimento pessoal dos estudantes”.
Antonieta Silva, directora do Agrupamento de Escola Sá de Mrianda, realça a importância da reflexão crítica sobre o espaço que os envovle que o projecto permite.
“Este trabalho tem vindo a mostrar que os nossos alunos são capazes de olhar criticamente o espaço geográfico onde se inserem e fazer trabalhos que nos orgulham”, afirmou.
Os elogios chegam de Lisboa até Braga pelas palavras de Sérgio Claudino, do Instituto de Geografia e Ordenamento de Território da Universidade de Lisboa. Um dos mentores do Nós Propomos”, que destaca a municipalização e a internacionalizaçao do projecto, que envolve já “México, Colômbia, Perú, Chile, Brasil e Espanha”. Em Portugal, envolve mais de mil jovens a cada edição. Este ano, contam-se cerca de 50 escolas a concurso.
“O verdadeiro objectivo é a educação cidadã e é muito claro que quem participa desenvolve um conjunto de competências que quem não participa não desenvolve. Os participantes costumam dizer, depois da participação, ‘Eu conheço melhor a minha cidade’ e Agora, estou mais atento’”, adiantou o professor.
A ideia é que os projectos apresentados ultrapassem os muros das escolas e ajudem as cidades a crescer de forma sustentada. As propostas dos jovens vão ser trabalhadas ao longo do ano e apresentadas a 27 de Abril, em Lisboa. Não há financiamento previsto para a implementação das ideias dos alunos, mas estas poderão ser aproveitadas pelas autarquias. O projecto “Nós Propomos” tem por finalidade promover uma efectiva cidadania territorial local e as ideias são desenvolvidas no âmbito da disciplina de Geografia. Este ano a inicitiva envolve cerca de 50 escolas de 35 municípios.
