Braga é dos concelhos mais apoiados pela APAV

Braga foi um dos concelhos mais solicitados por vítimas de violência no país em 2018. A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) apresentou esta terça-feira as estatísticas relativas ao ano de 2018 e 298 pessoas em Braga solicitaram a ajuda da associação. O concelho é superado apenas por Lisboa (563) e Cascais (299). No quadrilátero urbano, em Guimarães foram 66 as pessoas atendidas no gabinete, 50 em Famalicão e 46 em Barcelos.
Uma vez mais, é o sexo feminino a quem pertence a maior percentagem de solicitação ao gabinete da APAV: 5.173 mulheres adultas (em média, 14 por dia e 99 por semana). De resto, a APAV atendeu 926 pessoas idosas (+65 anos) vítimas de crime (em média, 3 por dia e 18 por semana); 941 crianças e jovens (em média, 3 por dia e 18 por semana); e 854 homens adultos (em média, 2 por dia e 16 por semana).
Marta Mendes, gestora do gabinete da APAV de Braga, revela que a estatística nacional é semelhante em Braga (apesar de os dados mais detalhados na região ainda não terem sido divulgados) mas assinala que o número apenas aponta a quem solicita ajuda, lembrando que há vítimas ignoradas (por exemplo, no sexo masculino), visto não solicitarem apoio.
Do total das 9.344 vítimas apoiadas pela APAV em 2018, 74,1% foram vítimas de violência doméstica (6.928), um dado que se estende a Braga, anuncia Marta Mendes. Destacam-se ainda, por tipo de crime, crimes de violência sexual, nomeadamente o abuso sexual de crianças (348 crimes), o stalking/perseguição (470 crimes) e o cibercrime (41 crimes).
Quase 1000 idosos receberam apoio do gabinete da APAV mas é natural colocar a dúvida se o número poderia ser mais elevado, devido às dificuldades inerentes da terceira idade em denunciar. Marta Mendes explica que as denúncias são muitas vezes realizadas por alguém que não a vítima, “desde família até denúncias anónimas”.
Outro dado relevante no relatório da APAV de 2018 é a atuação de mais entidades no apoio à vítima. A responsável de Braga sublinha que a atuação entre entidades como a “APAV, a PSP, GNR, PJ, as equipas de prevenção de violência de adultos ou a Segurança Social” é cada vez mais eficaz.
“Cada vez mais estes profissionais estão atentos e procuram ao máximo apoiar devidamente a vítima no seu âmbito, fazendo depois o devido encaminhamento”, aponta.
Áudio:
A gestora do Gabinete da APAV de Braga analisa os números de 2018
