Braga. Escolas lotadas deixam criança autista em casa

Em Braga, uma família com trigémeos de oito anos de idade ainda não conseguiu inscrever uma das três crianças em nenhum dos agrupamentos de escolas. Desde Setembro que os pais têm visto recusada sistematicamente a inscrição de um dos trigémeos, pelo facto do mesmo ser autista. O argumento é de que não há capacidade de resposta nos agrupamentos.
A denúncia surgiu esta segunda-feira, no final da reunião do executivo municipal, pelo vereador da CDU. Carlos Almeida terá sido abordado pela Associação Pais em Rede sobre o assunto. O presidente da autarquia e a vereadora da Educação foram surpreendidos com a denúncia.
Aos jornalistas, o vereador da CDU sublinhou que “não é aceitável que a escola pública não dê resposta a uma necessidade deste tipo”. Lembrando que a criança autista precisa de um acompanhamento redobrado, referiu que a situação não passa de “uma injustiça tremenda”. Sem resposta do Estado, a mãe, cuja identidade não foi revelada, está em casa e desempregada para poder cuidar do filho.
Surpreendida com a situação, a vereadora da Educação prometeu encontrar uma solução durante uma reunião que já tinha agendada para o final do dia com os directores dos agrupamentos de escolas do concelho. Também o autarca Ricardo Rio assumiu total desconhecimento sobre este processo, afirmando que “não é aceitável que um aluno possa ser excluído de todos os equipamentos escolares do concelho”.
A mãe terá procurado todos os agrupamentos de escolas de Braga, começando pelo Agrupamento de Escolas Carlos Amarante, com duas escolas de primeiro ciclo com unidades referenciadas para o apoio ao autismo. Depois de recusada a inscrição, a família terá procurado inscrever o filho autista noutras unidades de multideficiência, mas sem sucesso.
Áudio:
Carlos Almeida explica denúncia da Associação Pais em Rede; Ricardo Rio admite que é preciso resolver o problema
