Braga tem sete pessoas sem-abrigo a aguardar institucionalização

A cidade de Braga tem actualmente cerca de doze pessoas sem-abrigo, sete delas em lista de espera para serem institucionalizadas pela Delegação de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa. Os números foram adiantados à RUM pelo presidente da delegação, Armando Osório. 

Segundo aquele responsável, o Centro de Acolhimento Temporário (CAT) está lotado, com 47 pessoas fragilizadas. Não há capacidade para acolher mais ninguém.

Braga tem na rua “uma boa dúzia de pessoas, algumas delas querem sair da rua, mas a Cruz Vermelha não tem possibilidades nem dinheiro para as tirar”, revelou Armando Osório. O cenário mudou de há um ano a esta parte quando nas ruas estavam sem-abrigo sem interesse na institucionalização.

O presidente da Delegação de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa considera que o projecto ‘Housing First’ é uma das formas mais vantajosas para o acolhimento de sem-abrigo. Nestas residências destinadas a esta franja da população, os cidadãos criam rotinas, cuidam da casa, cozinham e dormem, sempre com o acompanhamento da Cruz Vermelha. Uma forma de recuperar a autonomia e a autoestima, mas não há casas disponíveis para isso. 

Nesta altura existe apenas um apartamento com esse fim, cuja renda é paga por uma reconhecida empresa do concelho de Braga. 

Armando Osório acredita que a bondade de mais empresas e da população em geral contribuiriam para a alteração do cenário actual. “É uma forma, talvez mais económica do que termos um centro de alojamento temporário, com os problemas de convivência, mas que é melhor que estar na rua”, confessa.


Já a Bragahabit atribuiu duas casas à Cruz Vermelha, que funcionam actualmente como residências partilhadas. Também para esta resposta, a Cruz Vermelha necessita da boa vontade de mais empresas e pessoas da comunidade que disponibilizem habitações com essa finalidade. As referidas casas “acolhem pessoas que estiveram na rua, passaram pelo CAT, readquiriram a auto-estima, recebem o Rendimento Social de Inserção e vivem em comunidade dentro desses apartamentos”. Segundo Armando Osório, estes cidadãos são acompanhados pela Cruz Vermelha a quem pagam uma pequena percentagem do seu RSI e continuam a fazer as refeições da delegação de Braga. “É uma solução, o sem-abrigo pode passar por aí. É uma solução que não é muito cara e a CMB não dá mais casas porque não tem”, explica.

Nos últimos 20 anos a Cruz Vermelha de Braga tem apoiado, de forma contínua, cerca de 180 pessoas por ano, quer em respostas de alojamento, nomeadamente através do Centro de Alojamento Temporário, das residências partilhadas e do projecto Housing First, quer na satisfação de necessidades básicas alimentares e de higiene, apoio psicossocial e apoio à integração socioprofissional.

Elsa Moura
Elsa Moura

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