C.M. Braga consensual nas críticas às taxas no Bom Jesus

O pagamento no acesso ao Bom Jesus de Braga continua a gerar polémica na cidade.

O assunto foi levado esta segunda-feira a reunião de câmara pelo vereador da CDU, Carlos Almeida, que diz não concordar com esta opção da Confraria do Bom Jesus do Monte.

“Estamos frontalmente contra esta opção. Achamos que vai ser, desde logo, limitadora do acesso público aos cidadãos de Braga, que gostam de frequentar este espaço. Os bracarenses sentem que este espaço é seu, é público, têm hábitos, não vão só ao Bom Jesus para ir à Igreja. Para além disso, acreditamos que esta medida vai ter custos no plano turístico. Sabemos que já houve algumas operadorass turísticas que reclamaram desta decisão. Convém salientar que não há alternativas de estacionamento, o que irá causar diversos problemas”, disse.

Actualmente, só os autocarros que entrem na zona do santuário pagam taxa de entrada, mas a medida de cobrança de uma taxa a todos os automóveis, já tinha sido proposta ao executivo municipal em 2014, em forma de tarifário, a qual não foi aceite pela câmara municipal. A Confraria do Bom Jesus já tinha manifestado essa intenção para angariar verbas que ajudem a suportar os custos de conservação do espaço.

Carlos Almeida não aceita esta justificação, uma vez que “vai contra os direitos dos cidadãos bracarenses”, inclusive, “contra os pressupostos do projecto da candidatura do Bom Jesus do Monte a património mundial da UNESCO”.

No entanto, a Confraria , que instalou à entrada do recinto um “pórtico” que indicia o pagamento de portagens anunciou que este mês e no próximo ainda não será cobrada qualquer taxa. Para o vereador da CDU, esta medida nunca deveria avançar até porque “independentemente da estância pertencer a um privado, a confraria recebe vários apoios públicos que são também utilizados para suportar os custos da sua manutenção”, logo “é natural que exijamos que o acesso e a livre circulação do públoico seja garantida”.

O Partido Socialista (PS) também se uniu à CDU nesta preocupação e deixou bem claro, que, apesar de compreender a necessidade da Confraria em angariar receitas para suportar os custos da manutenção da estância, esta tem que “arranjar uma outra forma de o fazer”.

“A taxação do acesso ao santuário não é a melhor forma de angariar receitas. A Confraria tem que encontrar outras formas de o fazer, pela positiva e não desta forma impositiva”, referiu Hugo Pires, nas habituas declarações aos jornalistas, após a reunião de câmara.

Nesse sentido, o PS propôs ao executivo de Ricardo Rio um passe combinado de acesso ao Bom Jesus, que inclua uma modalidade combinada entre o acesso aos Transportes Públicos de Braga (TUB) e ao Elevador do Bom Jesus, de forma a não recorrer ao uso do automóvel. “A proposta foi bem acolhida pela maioria, que também concorda connosco neste assunto”, afirmou Hugo Pires.

Apesar do edil, Ricardo Rio concordar com a oposição no que a este assunto diz respeito, o autarca fez questão de salientar que “todo este processo é legítimo enquanto acto de gestão de propriedade própria” e, por isso, “deve ser respeitado”.

Lara Antunes
Lara Antunes

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