“Café-concerto RUM é uma oferta à cidade de Braga”

30 anos depois do início da emissão regular, a Rádio Universitária do Minho ofereceu a si própria uma prenda: “novos estúdios, uma nova centralidade e uma rádio tecnologicamente nova. Era a melhor prenda de aniversário que podíamos dar a nós próprios”, disse o administrador Vasco Leão. A mudança para o gnration traz, além de novas instalações com “material de ponta”, um café-concerto que deverá entrar em funcionamento em Setembro e que será concessionado.
O investimento na parte técnica e de estúdios ronda os 300 mil euros. Segundo Vasco Leão, “a poupança foi feita ao longo dos últimos anos”. “É uma rádio totalmente nova, virada para o futuro”. Sobre o café-concerto, o administrador reafirmou que “era um desígnio antigo da RUM que tem como tradição o apoio e divulgação da cultura e principalmente os nomes emergentes”. Vasco Leão reconhece que faltava “o espaço próprio que permite apresentações em directo, showcases, apresentação de livros, conferências e conversas”. O administrador adianta ainda que o espaço, que será aberto ao público, é uma oferta da RUM à própria cidade de Braga”.
Café-concerto RUM será também um espaço do centro da cidade para os estudantes da UMinho
O presidente do Conselho de Administração e presidente da AAUM, Nuno Reis, acredita que a RUM está agora “num sítio central para a cidade e para a UMinho” que vai permitir “acolher estudantes para passar algum tempo no centro de Braga”, seja num carácter mais lúdico, seja para estudar. Além disso, “uma das características mais importantes é promover uma actividade regular, centralizar a cultura que a RUM trazia para vários espaços da cidade”, considerou.
Nuno Reis afirma que as novas instalações são “uma vitória para a RUM, para a academia e para a sociedade porque é mais uma ponte que a RUM consegue criar”. “A RUM sempre foi essa ponte com a sociedade, sempre foi essa capacidade de trazer as notícias da academia para a cidade e da cidade para a academia e agora está num sítio que é central aos dois”, defendeu.
O presidente da AAUM aproveitou o momento de inauguração para desafiar o município e a UMinho a focarem-se, a partir daqui, na sede da AAUM, um espaço prioritário, insistindo que o local está sinalizado. “É uma questão de convicções e de existir vontade e convergência política para que isso aconteça. Peço um compromisso político para a Associação Académica. Não gostava que estes novos estúdios servissem para depois trazer algumas notícias menos boas sobre aquele espaço”, atirou.
UMinho elogia “salto” da Universitária
Guilherme Pereira, pró-reitor em representação de Rui Vieira de Castro afirmou que “é um marco muito importante para a rádio”. O responsável reconheceu que a “associação à UMinho é desde a sua génese muito importante para a divulgação dos projectos da UMinho no ensino, para a divulgação dos seus projectos de investigação e de inovação, para a ligação ao tecido económico e às instituições que rodeiam a Universidade e até para a divulgação do reconhecimento, quer nacional, quer internacional, da própria universidade”.
RUM vai contribuir para o dinamismo do quarteirão gnration/mercado municipal – Ricardo Rio
O presidente do Município de Braga, Ricardo Rio acredita que os novos estúdios da RUM e café-concerto vão contribuir para o dinamismo do quarteirão do gnration e mercado municipal. “É um bom momento para a própria cidade de Braga e por isso é que o município se empenhou desde a primeira hora para poder viabilizar esta solução porque é um excelente aproveitamento deste espaço”, começou por referir. “Será um encontro crescente da rádio universitária e das iniciativas que do ponto de vista cultural pode desenvolver com a generalidade da comunidade e não apenas com o meio académico”, sublinhou.
Ricardo Rio acredita que a Universitária possa ser “um elemento que ajude a revitalizar a zona envolvente, tornando-o “um pólo dinâmico” da cidade.
O que dizem algumas vozes dos programas de autor?
Com o programa mais antigo da RUM – Domínio dos Deuses – Pedro Portela confessa que trinta anos depois do início “não imaginava” este momento. Recordando que o seu percurso começou porque “ligava a rádio e não havia música que gostasse”, Portela recorda hábitos como pedir discos emprestados “porque o disco era uma coisa preciosa”. Hoje”há tanto excesso que o papel é filtrar”, daí continuar com o programa, justifica. Pedro Portela explica ainda que a RUM “é um projecto muito específico, com uma marca muito própria, e é isso que a mantém. Ocupa um espaço que é o seu espaço, nunca procurou ocupar o espaço que é de outros”. Também como ouvinte, Pedro Portela vinca que “é muito bom para quem ouve que o espaço continue a existir”, admitindo que “o melhor que se pode dizer ao fim de trinta anos é que a ideia inicial do projecto ainda se mantém viva”.
Dionísio Monteiro, do Anacronismos, referiu-se a um momento “verdadeiramente fantástico”, dando nota do edifício “luminoso, muito mais interessante e que terá efeitos benéficos para toda a gente”. Para o futuro, admite que “há margem para melhorar” e frisa o pendor “muito livre”. “Sempre fiz exactamente aquilo que fiz fazer”, confessou.
Desde adolescente a passar pela RUM, Marcos Almeida, do Ómega 3 não tem dúvidas que o programa que conduz só podia estar nos 97.5FM, a rádio “com música diferente porque as rádios nacionais eram sempre a mesma coisa”. “Fico muito contente por ver a RUM no centro da cidade”, afiançou.
