Câmara de Braga aprova maior orçamento dos últimos anos

O município de Braga aprovou hoje, com os votos contra da oposição (PS e CDU), um orçamento para o ano de 2018 de 123 milhões de euros, o maior dos últimos anos.
Trata-se de um aumento de 21,6 milhões de euros em relação a 2017 e que é justificado com o mais capitais provenientes de fundos comunitários e com a arrecadação de receita via impostos municipais. Para Ricardo Rio, presidente do município, este é um documento “que ganhando em dimensão, ganha em ambição”. “Não vamos colocar em causa as novas dimensões que o município tem abraçado, nomeadamente nas áreas da educação, cultura e deporto”, esclareceu o edil.
Ricardo Rio disse ainda que, no mandato anterior, o executivo “valorizou as boas obras e as políticas imateriais”, dando conta que “este mandato vai ficar marcado por obras boas, ou seja, aquelas que terão impacto reprodutivo importante no desenvolvimento do concelho, obras cruciais para o desenvolvimento da cidade”.
PS quer ver cumpridas as promessas e pede mais cultura, educação e aposta social
O Partido Socialista (PS) votou contra o documento. Miguel Corais, vereador socialista, afirmou que “é necessário existir um reforço de investimento quer na cultura, educação e área social que não se reflecte no documento apresentado pelo município”. Para Miguel Corais, “o município acabou por acordar de um sono letárgico de quatro anos sem investimento”. “Esperamos que executem e que não entremos só no campo das promessas”, referiu o vereador socialista.
Para o PS, este aumento orçamental deve-se a dois factores que são externos ao município de Braga: “O bom momento económico do país que permite arrecadar mais receitas fiscais e que se deve muito às políticas do Partido Socialista e que têm sido elogiadas a nível internacional e o reforço de verbas que chegam do Portugal 2020 e dos fundos que vêm da União Europeia”.
Ricardo Rio não concorda com as palavras dos socialistas e deu exemplo da componente fiscal como sendo uma alavanca deste orçamento de 2018. “As receitas em sede de IMT e de derrama crescem em relação ao ano anterior, não porque aumentamos taxas, mas porque estamos a ter uma dinâmica muito forte ao nível da reabilitação urbana e transição de imóveis”, esclareceu o autarca.
CDU cola orçamento a práticas “fictícias e imaginativas” do passado e fala em política “para enganar meninos”
Também o vereador comunista, Carlos Almeida, criticou este documento, afirmando que o mesmo “é fictício e que surge de um grande esforço imaginativo de quem o produziu”. Para Carlos Almeida, “no próximo ano, os bracarenses vão ser confrontados com uma taxa baixíssima de execução deste orçamento”, explicando que “não é verosímil que as receitas do município para 2018 aumentem cerca de 22 milhões de euros”.
“É incompreensível como é que colocam um orçamento nesta ordem de grandeza, fazendo lembrar outros tempos”, acrescentou Almeida que frisou que este orçamento “está a caminhar para o populismo”.
“Aquilo que hoje está ilustrado neste orçamento é a política para enganar meninos”, concluiu.
As grandes opções do plano e orçamento reflectem, segundo o município, o desenvolvimento económico e social, através da requalificação do Parque de Exposições de Braga e do Mercado Municipal, do eixo desportivo da Rodovia, da Pousada da Juventude, do Parque Escolar e dos espaços exteriores do bairro de Santa Tecla.
O orçamento municipal foi, recorde-se, algo de apreciação e votação na manhã desta segunda-feira. Um documento que, segundo a oposição, voltou a chegar tarde, não permitindo uma análise cuidada das quase 500 páginas do documento.
Áudio:
Orçamento municipal foi apreciado pelo executivo municipal. Oposição deixou críticas
