Câmara de Famalicão quer dar nova vida ao coração da cidade

Uma cidade mais apelativa, mais segura e mais dinâmica. A Câmara de Famalicão quer intervencionar o coração da cidade, nomeadamente o quarteirão situado entre as praças D. Maria II e Mouzinho de Albuquerque e ruas adjacentes, para atrair mais gente e ajudar o comércio, e, simultaneamente, melhorar as zonas sociais, para tornar Famalicão num ponto de encontro.
A proposta da autarquia vai no sentido de ampliação, para norte e para sul, da Praça, com a supressão ao trânsito automóvel dos dois topos, e requalificação de todas as artérias envolventes.
Para Paulo Cunha, os famalicenses têm uma palavra a dizer. Por isso, a Câmara promoveu uma sessão de discussão pública do plano, onde foram recolhidos “muitos contributos e muito interessantes”, havendo a possibilidade de “alguns serem implementados” de forma a “melhorar a proposta final”.
Três horas depois de uma troca de ideias entre a autarquia e os famalicenses, o presidente diz ter saído com “sensação de que há um consenso muito alargado em relação ao que se quer fazer na cidade”. “As pessoas reconhecem que a zona precisa de uma intervenção e que a proposta da Câmara é a melhor solução para o resultado final. O balanço que faço é francamente positivo”, apontou.
Intervenção que vai dar nova centralidade ao centro urbano deve arrancar até Março de 2020
Um processo tão complexo como este suscita algumas dúvidas, que Paulo Cunha considera “legítimas”. No entanto, o autarca famalicense diz estar certo de que a cidade “ficará muito melhor”.
O projecto que a autarquia apresentou foi uma solução que resultou de uma auscultação do próprio presidente, entre 2013 e 2017, através do contacto de proximidade com o comércio e que, segundo o próprio, “sintetiza a vontade das pessoas, sendo que nem tudo é compatível com o que se pretende”.
“Tenho a certeza que teremos uma cidade com mais vida, mais pessoas, mais vitalidade económica e mais resiliente e que não seja deserta à noite. Quero uma cidade onde se possa tomar um café e ir a uma esplanada tanto às 18 como às 22 horas”, justificou.
As principais questões levantadas na sessão prenderam-se com a questão do estacionamento na zona, porque, com o projecto apresentado, as pessoas ganham espaço, mas os carros perdem terreno.
A autarquia garante, no entanto, que “o estacionamento permanece em igual número ao existente, e passa a estar organizado e concentrado nos dois parques situados no centro, na Praça D. Maria II, com 107 lugares de estacionamento tarifado, como actualmente, e na Mouzinho de Albuquerque, com 184 lugares de estacionamento gratuito, mais quatro do que os existentes hoje”.
Paulo Cunha abre ainda a hipótese de no futuro o centro da cidade contar com um parque de estacionamento subterrâneo. “É perfeitamente possível que a zona venha a receber um investimento que torne possível novas soluções de estacionamento, nomeadamente parques de estacionamento subterrâneos, que acontecerá se houver condições nesse sentido, porque não é a Câmara Municipal que faz parques de estacionamento subterrâneos”, acrescentou.
Redução da poluição, aumento da mobilidade, melhor acesso ao comércio, maior segurança e criação de espaços de lazer, são alguns dos objetivos desta requalificação.
Segue-se um período de 15 dias de discussão pública, posteriormente serão analisados os contributos e será apresentada uma proposta final para que seja aprovado o projecto de execução. A autarquia de Famalicão espera começar a obra no 1.º trimestre de 2020.
O projecto insere-se no Plano de Estratégico de Desenvolvimento Urbano, que prevê a revitalização de um conjunto de espaços, artérias e equipamentos, com destaque para a qualificação e modernização do Mercado Municipal cujas obras deverão arrancar no decorrer do primeiro semestre de 2019.
Áudio:
Paulo Cunha, autarca famalicense, a detalhar o projecto que a Câmara tem para o centro urbano
