Casa dos Crivos convida população a mergulhar no surrealismo

Trazer o surrealismo para a actualidade. Este é o propósito da exposição “O Surrealismo na colecção Fundação Cupertino de Miranda” que está patente na Casa dos Crivos de Braga desde esta terça-feira. São 28 obras de 23 artistas nacionais e internacionais que através de pinturas, colagens, desenhos, fotografias e esculturas abrem horizontes para o mundo do surrealismo que se interliga com diferentes movimentos artísticos.
A exposição está inserida na programação da Feira do Livro de Braga. A vereadora da Cultura acredita que este é um mecanismo que permite incentivar, principalmente os bracarenses, a olhar com outros olhos para a arte. Lídia Dias afirma que a Casa dos Crivos deve sempre “estar ligada às artes plásticas” de modo a “ajudar a formar públicos”.
A exposição que está patente até ao dia 8 de Setembro conta com nomes como Cruzeiro Seixas, Mário Cesariny, Julio, Paula Rego, André Breton, Greta Knutson, Tristan Tzara, Valentine Hugo, Sergio Lima, Eugenio Granell entre outros.
De modo a chegar a todos os públicos, o município organizou uma actividade direccionada para crianças e jovens. A “Noite Surreal” acontece a 13 de Julho, um sábado, às 21h00. Na iniciativa os participantes vão ter a oportunidade de aprender mais sobre o surrealismo, assim como criar as suas próprias obras. Uma forma de “estreitar laços com a arte”.
Fundação Cupertino de Miranda conta com 3.000 obras de arte de mais de 130 artistas nacionais e internacionais.
A Directora Artística da Fundação Cupertino de Miranda vê nesta exposição uma montra para levar até um público mais vasto a colecção da fundação. Marlene Oliveira destacou o facto da cidade dos arcebispos ser, cada vez mais, uma opção turística, logo faz todo o sentido aproveitar a parceria estabelecida com a autarquia para “gerar curiosidade e levar o público a conhecer as restantes obras na posse da fundação”.
A responsável garante que o público que visitar a exposição irá emergir num mundo totalmente novo dedicado a várias visões e estilos no surrealismo, uma vez que as peças seleccionadas para a mostra foram escolhidas pelas “suas diferenças de modo a demonstrar várias técnicas”. É o caso de uma das peças mais emblemáticas da exposição, datada de 1936, o quadro de lápis de cor sobre papel utiliza uma técnica apelidada de “cadavre-exquis”.
No fundo, trata-se de uma técnica em que “um dos artistas esconde o seu desenho e o outro completa o quadro sem conhecer o conteúdo da outra face”. A técnica foi muito utilizada entre artistas portugueses e estrangeiros.
A obra presente na Casa dos Crivos é da autoria de André Breton, Greta Knutson, Tristan Tzara e Valentine Hugo.
