CDS prepara terreno para as autárquicas e quer “Ouvir Famalicão”

Depois de eleições legislativas com resultados “aquém das expectativas do partido”, o CDS de Vila Nova de Famalicão já prepara caminho para as autárquicas de 2021. Esta sexta-feira, em conferência de imprensa, a concelhia famalicense apontou alguns caminhos para o futuro.
“Ouvir Famalicão” é o nome do programa que o CDS vai levar a cabo, a propósito das eleições de 2021, para auscultar os famalicenses e aumentar a interacção entre as pessoas e os agentes políticos. Inspirados pelo programa nacional do partido, “Ouvir Portugal”, a concelhia quer basear-se em “ideias, e não em soluções políticas para já”, com o objectivo de “resolver problemas concretos das pessoas”.
Antes disso, e olhando para a situação actual do CDS, Ricardo Mendes lamenta a não eleição de mais um famalicense na Assembleia da República, referindo-se a Durval Ferreira, que era número dois na lista do CDS no distrito de Braga.
“Os dois partidos, indo coligados, teriam a ganhar”
Em 2015, a coligação PSD/ CDS-PP venceu no concelho de Famalicão e no país. Já em 2019, cada força política concorreu por si só e os resultados mostraram que ambas perderam terreno em relação ao PS. Ora, Ricardo Mendes diz ser “um adepto de coligações” e, por isso, considera que “os dois partidos, indo coligados, teriam a ganhar”, porque “existem votos do CDS e do PSD que são desperdiçados e podiam, juntando os dois, representar mandatos”. Quanto ao futuro, o dirigente diz estar “muito confiante” no sucesso de uma coligação com o PSD, em 2021.
Ricardo Mendes diz ainda que a concelhia de Famalicão vai participar activamente no Congresso do CDS, ainda sem data definida, onde apresentará “uma ou duas moções de estratégia sobre a organização do partido”.
“Tentaremos influenciar a melhor solução para o futuro do CDS”, apontou Ricardo Mendes, que espera receber em Famalicão a convencção, “relativamente à crise da direita, que está a ser preparada, não só pelo CDS como por outros partidos e movimenos cívicos, com a presença de especialistas internacionais”.
CDS de Famalicão assume-se como “Nunista” e apoiará Nuno Melo se este se candidatar à liderança do partido
E, falando em futuro, a dúvida tem sido levantada: partirá ou não do distrito de Braga um candidato à liderança? A confirmar-se, Nuno Melo tem sido um dos nomes mais apontados. Se assim for, contará com o apoio da concelhia famalicenses, que se diz “Nunista” e “vê com bons olhos” que o joanense assuma “a responsabilidade de liderar o partido”. No entanto, sublinha o presidente da concelhia “neste momento importa debater ideias, não apontar culpas mas soluções, e, depois sim, apontar nomes”.
Uma posição partilhada pelo próprio Nuno Melo que na sua página de Facebook disse ser “importante neste momento que o CDS pare para reflectir sobre o que aconteceu e para onde deve caminhar, antes de se precipitar numa sucessão de candidaturas”.
“Ideias antes de egos. Para voltar a crescer o CDS tem de tentar unir, onde seja possível”, lê-se ainda.
