CDU discorda da gestão da Bragahabit na obra de Santa Tecla

O vereador da CDU em Braga disse ter algumas dúvidas em relação à responsabilidade de gestão atribuída à Bragahabit nas obras de reabilitação do Bairro Social de Santa Tecla.
Esta manhã, na reunião de câmara em que o administrador da Bragahabit apresentou as contas do primeiro trimestre de 2017, Carlos Almeida defendeu que o melhor para o município seria fazer a gestão dos trabalhos tendo em conta que já dispõe dos recursos necessários, antevendo custos superiores para contratação de serviços por parte da Bragahabit. Referindo que não quer fazer desta questão “um caso”, disse apenas ter “algumas dúvidas”. “Provavelmente isto vai imputar custos superiores, porque há o recurso a serviços externos, e a própria câmara vai pagar à Bragahabit o custo da gestão do processo, um custo adicional que de outra forma estaria incorporado na gestão corrente do município, porque tem os meios técnicos e logísticos para fazer a gestão da empreitada. Tenho dúvidas quanto às vantagens que podem decorrer desta opção política”, explicou o vereador da CDU.
Confrontado com as dúvidas de Carlos Almeida, o autarca Ricardo Rio afirmou que em causa está “uma opção política”, uma vez que “a Bragahabit reúne todas as condições para ter uma política intensa na área da regeneração urbana”.
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Os vereadores socialistas não centraram as suas preocupações na gestão da obra por parte da Bragahabit, mas sim na política seguida pelo município no que respeita a bairros sociais. Hugo Pires considera que não vale a pena reabilitar o bairro, mas sim entrar numa política de “colocar as pessoas noutro contexto social de habitação”. O socialista criticou o executivo, apontando que com a reabilitação “optou pela continuidade da guetização e de uma política que estava encerrada há vinte anos”. “É errado, não é uma perspectiva de futuro”, criticou.
Ora, o autarca de Braga manifesta uma visão oposta à dos socialistas. Ricardo Rio explicou que guetizar seria “criar uma zona isolada”, e o que o município tem procurado fazer é “transformar estes espaços em espaços dignos e abertos”, recordando o projecto de reabilitação do espaço e os projectos para lá do edificado, como o projecto “(Re)escrever o nosso bairro”, de promoção de inclusão das comunidades sobre as mais diversas formas.
