Centro de Inovação Social de Braga inaugura a 9 de Maio

Braga vai ter, em breve, um centro de inovação social. A estrutura vai ser instalada no Edifício do Castelo e deverá inaugurar a 9 de Maio. Este hub integra uma lista de 3 projectos bracarenses, onde se inclui também a U.Dream e o Braga a Sorrir, associados ao Portugal Inovação Social.
No Fórum de Inovação Social, que se realiza durante esta sexta-feira, no Altice FORUM Braga, Ricardo Rio deixou a certeza de que “Braga é a nível europeu uma referência”.
O objectivo deste centro é “estimular os empreendedores locais a criarem projectos que sejam sustentáveis” e “seguirá uma metodologia similar ao que acontece com a Startup Braga para projectos predominantemente económicos”, ou seja, “vai ser dada alguma capacitação, vão ser definidos os meios para criar uma rede de apoio a esses projectos, e criar condições para que sejam bem sucedidos e ganharem asas para no futuro poderem sair do hub de inovação social e terem continuidade fora”, explicou Rio, que garante que a autarquia tem sido desafiada “por cada vez mais empreendedores e instituições” que solicitam parcerias para os seus projectos.
O autarca enaltece ainda a “capacidade que Braga tem tido de mobilizar todos os agentes para causas comuns, articular iniciativas e criar condições para que possam maximizar os resultados, através do trabalho em rede”.
Numa mistura “singular de história e inovação e tradição e juventude”, partem de Braga exemplos de “projectos que são replicados em outras regiões”, frisou o autarca.
A “ligação forte ao Portugal Inovação Social” permite potenciar estes projectos”, acrescentou.
Braga é o 5.º maior investidor municipal do país
“Braga é o 5.º maior investidor municipal em Portugal e na região Norte é o 2.º, só superado por V.N.Gaia”, garante Filipe Almeida, presidente do Portugal Inovação Social.
Na sessão, Filipe Almeida evidenciou ainda que “Braga concentra todos os ingredientes da inovação social”, desde “as raízes ancestrais que dão a experiencia e a resistência, combinada com a juventude inquieta, o sector empresarial dinâmico e um sector publico de governo local consciente de que o mundo existe para alem das fronteiras do território”.
“Cerca de 62% da população mundial e 70% a nível nacional reconhece no empreendedorismo uma boa opção de carreira. No nosso país, 8,2% da população adulta está envolvida num processo de criação de negócio, um numero que ascende aos 13,4% entre os jovens. Destes uma parte significativas está a desenvolver projectos com missão social”, destacou o presidente do Portugal Inovação Social.
Numa área em que Braga se pode tornar referência, Filipe Almeida afirmou que parte do caminho se deve à “forma decisiva” como a Câmara se tem posicionado.
O Portugal Inovação Social gere, neste momento, “cerca de 163 milhões de euros para apoiar os projectos inovadores, conta com 218 projectos aprovados, 30 milhões de euros aprovados e ainda 13 milhoes mobilizados da sociedade”.
Além disso, conta com “179 entidades empreendedoras e 273 investidores, dos quais 75 municípios”. E é precisamente a estratégia local que Filipe Almeida evidencia, por considerar “os municípios são um agente fundamental de inovação social em Portugal”.
“A UMinho foi a universidade que mais contribuiu para uma grande mudança na sociedade portuguesa”
Já Artur Santos Silva, da Fundação La Caixa, salienta a “vitalidade da cidade”, mas, acima de tudo, o papel da Universidade do Minho. “A UMinho foi a universidade que, em termos relativos, mais contribuiu para uma grande mudança que se deu na sociedade portuguesa, sobretudo na economia, acerca dos desafios complicados que tivemos na segunda década do século XXI. Algo que só foi possível porque houve muito mais transferência de conhecimento gerado nas universidades transformando em valor económico para as empresas e, nesse aspecto, a Universidade do Minho foi uma grande campeã”.
Artur Santos Silva relembrou ainda que “Portugal é hoje um dos dez países mais importantes da OCDE em matéria de políticas para a inovação social”, mas não esquece que somos “uma das sociedades mais desiguais dos países da União europeia”.
“Combater a desigualdade tem que ser uma obsessão para todos nós, quando 17% a 18% da população escolar está em risco de abandono e 47% dos cidadãos vivem em risco de exclusão por pobreza”.
Tal como Filipe Almeida, o presidente da Fundação La Caixa acredita “na acção dos políticos locais”, elogiando o Forum de Inovação Social de Braga, que considera uma iniciativa “muito importante”.
Artur Santos Silva defende ainda que tal como aconteceu com a modernização das empresas, as academias “têm que se articular mais com o sector social, para que este reforce a sua capacitação e modernize a sua organização para que aquilo que faz tenha mais impacto”.
Na sessa de abertura, Ricardo Rio deixou ainda o desejo de que a sessão seja a rampa de lançamento para novos projectos inovadores, e que estes possam vir a integrar o melhor “hub de inovação social e possam ser parte activa dessa rede”.
Áudio:
Ricardo rio, presidente da CMB, Filipe Almeida, presidente do Portugal Inovação Social, e Artur Santos Silva, da Fundação La Caixa, a propósito do Forum de Inovação Social
