CMB e Quercus vão contabilizar valor dos recursos ambientais

O Município de Braga e a Quercus, associação ambientalista, vão avançar com um estudo que é considerado “pioneiro” em Portugal pelo autarca bracarense. As duas entidades parceiras vão submeter uma candidatura ao Fundo Ambiental para proceder à elaboração de um estudo de suporte dos activos ambientais do concelho de Braga e a sua quantificação financeira.
A parceria prevê o levantamento e georreferenciação das áreas florestais do concelho, recorrendo à actualização do inventário florestal nacional, o cálculo da biomassa existente e cálculo da quantidade de C02 equivalente. Um protocolo que engloba também a recomendação das formas de valorização económica destes activos, sempre associado a projectos de desenvolvimento sustentável e a preparação de dossier para validação por auditoria externa e que sirva de base à utilização do activo ambiental florestal, traduzido em carbono equivalente, para a emissão de “Green Bond”.
Segundo o autarca bracarense esta é uma forma de “atribuir um valor económico-financeiro aos recursos ambientais que o concelho de Braga dispõe”. O projecto local conta com o apoio do Ministério do Ambiente para a sua concretização.
Em cima da mesa está a possibilidade de alargar o protocolo a mais regiões. Ricardo Rio assegura que esta pode ser uma forma desses activos passarem a ser efectivamente contabilizados e deste modo “facilitar recursos e instrumentos financeiros de natureza ambiental que contribuam para atingir as metas estipuladas”.
Quando questionado sobre a possibilidade deste estudo ser um motor para a melhoria da qualidade do ar em Braga, o edil avança que esta “não é a forma de resolver a problemática”.
É no entanto uma forma, do ponto de vista financeiro, de “perceber se quando estamos a falar do problema da qualidade do ar, estamos a falar também de passivos ambientais. Ou seja, daquilo que são os prejuízos também com expressão económica que essa menor qualidade do ar pode significar para uma comunidade mas, obviamente, que temos de fazer o contra ponto com aquilo que são os recursos que essa comunidade dispõe, nomeadamente, em termos de activos ambientais e em termos de espaços ambientais disponíveis no concelho”, adianta o presidente.
A apresentação dos resultados do estudo deve ser anunciado na próxima edição do Green Fest, em 2020.
Áudio:
Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, a explica o teor do estudo.
