Ensino artístico da dança garantido a seis alunos, mas com deslocações a Gaia

A oposição criticou hoje o executivo municipal de Braga por não conseguir assegurar as condições necessárias para que um grupo de seis alunos do Agrupamento de Escolas de Maximinos tenha as suas aulas em Braga, no âmbito do ensino artístico da dança.
O Agrupamento tem actualmente um protocolo com a Escola de Dança Ginasiano, em Vila Nova de Gaia, obrigando estes alunos a várias deslocações por mês. É a única alternativa, segundo explicou esta manhã a vereadora da Educação.
Tendo em conta as despesas das famílias, a própria escola solicitou ao município um apoio financeiro para o pagamento dos passe de comboio e metro, já que as deslocações chegam a acontecer mais que uma vez por semana.
Esta manhã, esse mesmo apoio de 4551 euros foi aprovado em sede de reunião de executivo, ainda que com vários reparos da oposição PS e CDU. O vereador do PS, Artur Feio, considera que este acordo com uma entidade de Vila Nova de Gaia é “uma consequência directa pelo facto de a escola de Maximinos não ter condições para a realização destas aulas”. Além disso, refere o socialista, Braga tem muitas entidades reconhecidas que podiam acolher estes alunos. Ora, a vereadora da Educação, Lídia Dias, explicou na reunião de executivo que as referidas escolas de dança instaladas no concelho não têm alvará para o exercício desta função, daí o acordo com Gaia, para assegurar o ensino a estes alunos que se juntam a outros com mais experiência. A explicação não convenceu o vereador socialista que acabou por sugerir um incentivo a estas escolas por parte do município. “Fica muito mais barato, seguramente, do que estarmos a ter este custo todos os anos” para uma deslocação destes alunos, defendeu, referindo-se ao alvará necessário para a prestação deste serviço.
O vereador da CDU, Carlos Almeida, concorda com a observação do vereador socialista. “Faria mais sentido que fosse uma escola daqui, como é feito com o Conservatório Calouste Gulbenkian no caso da música. Com a dança faria todo o sentido também que fosse com entidades locais, por todas as razões e mais alguma, mas desde logo porque mesmo do ponto de vista do funcionamento seria muito mais fácil essa articulação”, observou.
Já o presidente da autarquia, Ricardo Rio, lembra que são ainda poucos alunos e refere que as entidades privadas da cidade podem considerar que não é vantajoso, por enquanto, dar esse passo. Rio manifesta disponibilidade por parte do município para ajudar, ainda que sustente que não é possível que a autarquia se substitua à iniciativa dessas mesmas entidades. O autarca refere que é natural que, tendo em conta o esforço logístico, financeiro e regulamentar, as entidades “só queiram avançar quando perceberem que há no mercado local massa crítica suficiente para poder promover esse tipo de actividades”.
