Comerciantes queixam-se de pouca afluência na Semana Santa

A Páscoa é sinónimo de amêndoas, ovos e de negócio. A cidade dos Arcebispos está com lotação esgotada (95%) no entanto, a chuva veio nublar as expectativas dos comerciantes do centro histórico bracarense. Aos microfones da RUM, os prognósticos dos comerciantes foram idênticos: “pior que no ano passado”, garantem.
A primeira paragem da RUM foi na loja “O Turista”, repleta de artigos típicos da região minhota. António Martins, dono deste estabelecimento não esconde os baixos rendimentos: “este ano tem sido muito pior por causa da chuva”, atesta. Por aqui passam vários turistas de nacionalidade espanhola e brasileira. Nesta loja conversamos com Maria Racilla, que chegou da Galiza e devido à proximidade confessa ser uma presença assídua na cidade dos arcebispos. “Somos uns apaixonados por Portugal, a semana santa chamou-nos a atenção mas ainda não conhecemos as tradições”. Quanto à chuva, Maria não hesita: “vimos da Galiza, estamos habituados”.
No Museu Tesouros da Sé, conversamos com Catarina Sá Vedra, funcionária do espaço. Apesar da maior afluência nas visitas ao museu, em termos comerciais não se verifica um aumento significativo. “Quem visita Braga gosta de passear pela cidade e com este tempo é impossível, por isso tem sido um bocadinho pior”, afirma.
Mesmo reinando a afluência de espanhóis, Catarina Sá Vedra salienta que existem também muitos lisboetas. Não vêm de Lisboa mas sim de Vale de Cambra: Gracinda Ribeiro chegou de autocarro graças à autarquia. É a primeira vez na cidade e apesar de não conhecer o programa da Semana Santa não perdeu tempo em visitar “a Sé de Braga onde foi à missa” .
Seguimos caminho em direcção ao Arco da Porta Nova e a montra recheada de farricocos da “Pó de Arroz” fez-nos
entrar. Amélia Gomes também descreve este ano como “mais fraco”. Para a comerciante o problema está em ser final do mês. Em conversa com a RUM, conta que mantém contacto com muitos clientes da Galiza via facebook assim como muitos brasileiros. Russos, franceses, ucranianos e chineses também realizam as suas compras aqui. Quando toca a comprar não existe um padrão definido: “os farricocos são a figura da semana e vendemos muito, depois tudo o que disser Braga, coisas pequenas ou então o extremo, como as bonecas ‘Namorar Portugal’. Tudo depende da capacidade financeira”.
Por último fizemos uma paragem na “Delight Store”, pois Páscoa sem doces não combina. Áurea Aires diz que definitivamente “o panorama tem sido pior”, mas tem esperança “que nos últimos dias de fim-de-semana o negócio ganhe mais força”. Por aqui o público é maioritariamente português e alguns espanhóis. Áurea já lhes conhece os gostos e confidencia: “os galegos procuram mais vinhos, os protugueses tudo o que for doce da época”.
Áudio:
Declarações dos lojistas do centro histórico da cidade dos arcebispos
