“Como distribuir os turistas do Porto pelo resto do Norte?”

“Como distribuir os turistas do Porto pelos outros municípios do Norte?” É esta a pergunta e o desafio deixados pelo presidente do Turismo Porto e Norte acerca do crescimento do turismo na região. Luís Pedro Martins esteve esta manhã no museu D. Diogo de Sousa a convite do Fórum Internacional das Comunidades Inteligentes e Sustentáveis (FICIS), onde falou do futuro do turismo.
O responsável adiantou alguns números relativos ao turismo no Norte, que permitem aferir a importância do sector na economia da região. “Em 2018, tivémos 4,3 milhões de turistas e 8 milhões de dormidas, que correspondem a cerca de 500 milhões de euros de proveitos”, acrescentando que o turismo já representa 14% do PIB nacional.
Os números são positivos e deixam margem para evolução mas há uma ressalva importante: a maioria do turista está no Porto. “Quando dizemos que chegam à região do Norte 4,3 milhões de turistas ficamos todos contentes mas quando vamos a depurar isto verificamos que 75% das visitas ficam-se pela área metropolitana do Porto”.
O desafio é, por isso, “tentar que os turistas se espalhem pela região”. Como? Para Luís Pedro Martins não há respostas certas mas existem já ideias para solucionar o problema. Uma das quais passa pelo melhoramento das lojas interactivas, espaços que “possibilitam dar ao turista informação em tempo real sobre tudo aquilo que pode ver”. Já existem 70 lojas interactivas nos 86 concelhos mas o objectivo passa por tornar os espaços localizados no Porto numa espécie de ponto de encontro, que “poderão influenciar o turista que procura outro tipo de turismo”.
“No Porto posso encaminhar o turista que procura natureza para o Gerês, enoturismo para o Douro, religioso e gastronómico para o Minho”, exemplificou.
Smart Heritage City permite informação em tempo real
Além do proveito mais eficaz das lojas interactivas, Luís Pedro Martins explicou o desenvolvimento do Smart Heritage City, um novo programa que tem o objectivo de melhorar a eficiência no turismo.
“É um programa europeu que está a ser desenvolvido em Portugal, Espanha e França. O projecto tenta recolher, em tempo real, informação sobre o estado dos monumentos, através de sensores colocados nos sítios mais emblemáticos da cidade, e ainda possibilitar que o turista consiga, em real time, perceber qual o sítio mais ou menos complicado para visitar, de forma a evitar as filas. O turista pode assim criar a sua própria agenda”, esclareceu.
O programa está já a ser desenvolvido na cidade muralhada de Ávila, e, segundo o presidente do Turismo Porto e Norte, com “resultados positivos”, mas o desafio passa “por disseminar por todo o território”.
O Fórum Internacional das Comunidades Inteligentes e Sustentáveis (FICIS) decorre até esta quinta-feira no museu D. Diogo de Sousa.
Áudio:
Luís Pedro Martins fala sobre os desafios futuros para o turismo do Norte
