Conselho Cultural distingue José Nunes e Emanuel Cameira

José Avelãs Nunes e Emanuel Cameira foram distinguidos pelo Conselho Cultural da Universidade do Minho com o Prémio Victor de Sá de História Contemporânea 2018, que é o maior galardão do país para jovens investigadores da área.
José Avelãs Nunes desenvolveu uma tese de doutoramento sobre a evolução dos sanatórios em Portugal como forma de tratamento para a tuberculose. O investigador esclarece que “90% dos sanatórios estudados entre 1850 a 1970 têm três grandes características que os distinguem dos outros edifícios: o funcionamento próprio e medicamente assistido do edifício; as galerias de cura que permitam a exposição aos bons ares e um jardim terapêutico, que permitia que os doentes tivessem uma vida muito semelhante na cidade ou no campo”.
Surpreendido com a atribuição do prémio, no valor de 3.500 euros, José Avelãs Nunes realça a importância que este tem para “os investigadores, que actualmente passam grandes dificuldades”.
“Estou particularmente orgulhoso. É um prémio importante para quem está no início de carreira e é um prémio de esperança para que o futuro seja melhor”, apontou.
A tese de doutoramento de Emanuel Cameira foca-se na singularidade da edição literária em Portugal. O estudo de caso teve por base a editora independente, lançada por Vitor Silva Tavares nas vésperas do 25 de Abril de 1974.
“No fundo foi perceber como é que se criou um perfil de editora singular e como é que uma editora só pode ser assim porque houve um indivíduo com aquela vida por trás e numa época específica”, descreveu o investigador premiado.
Emanuel Cameira diz sentir uma “enorme satisfação pelo prestígio que o prémio envolve”, mas também vê a distinção como um “reconhecimento pelo longo trabalho”.
Nesta 27ª edição foram ainda distinguidos com uma menção honrosa Gonçalo Antunes, pela obra “Políticas sociais de habitação (1820-2015): Espaço e tempo no concelho de Lisboa”, e Tânia Alves, com o tema “1961 – Sob o viés da imprensa. Os jornais portugueses, britânicos e franceses na conjuntura da eclosão da guerra no império português”.
O júri do Prémio Victor de Sá foi presidido por Viriato Capela, professor catedrático da UMinho, tendo como vogais os docentes Jorge Alves, da Universidade do Porto, e Raquel Henriques, da UNL. O concurso foi bastante participado, o que revela o prestígio alcançado e a vitalidade da historiografia portuguesa contemporânea. Este galardão nasceu em 1991 pelo humanista Victor de Sá, foi reconhecido como sendo de manifesto interesse cultural pela Secretaria de Estado da Cultura e é também apoiado por mecenas públicos e privados.
A entrega dos prémios e a apresentação dos trabalhos vencedores realiza-se a 12 de dezembro, às 15h00, no salão nobre da UMinho, em Braga.
Áudio:
José Avelãs Nunes e Emanuel Cameira, investigadores premiados, explicam as suas investigações.
