“Conversas sobre imagens” do passado e presente de Braga

Alguns dos lugares já não existem ou foram alterados. Em 50 edições de “Conversas Sobre Imagens de Braga”, os postais, desenhos, pinturas, gravuras ou fotografias dão conta disso: uma cidade que existiu, mas que nem todos viram. Miguel Duarte, director do Museu Nogueira da Silva vê nesse cruzar de passado com presente a “riqueza do evento”.

Suportes visuais da Sé Catedral, o Paço Arquiepiscopal, a Avenida Central, as ruas, o interior das casas, os seminários, os arquivos de fotógrafos como Arcelino e Manoel Carneiro, o desporto e até imagens em contexto militar, contribuem para o conhecimento da evolução da cidade e do valor patrimonial. A passagem de vivências tem sido feita pelo historiador de arte, Eduardo Pires de Oliveira e o engenheiro, António José Mendes, que, hoje, na 50ª edição das “Conversas Sobre Imagens de Braga”, que acontece no Museu Nogueira da Silva, contam com a companhia do bibliotecário, Henrique Barreto Nunes para falarem sobre o espólio e a história da Associação para a Defesa, Estudo e Divulgação do Património Natural e Cultural (ASPA), que celebra 40 anos.

A iniciativa foi lançada pelo historiador Eduardo Pires de Oliveira, após um amigo o ter desafiado a datar diversas imagens de Braga. “A imagem urbana, sobretudo de locais que foram alterados ou desapareceram, é objecto de grande admiração pelas pessoas. Na Internet tem gerado um debate aceso, mas aí há muitas imagens sem rigor em termos históricos, artísticos e técnico”, explica.

Uma das discussões saiu recentemente para o terreno, para confirmar a passagem que ligava o antigo seminário ao Paço Arquiepiscopal. “Concorridos” foram os debates sobre o primeiro mapa da cidade, de Georg Braun (1594), e sobre o multifacetado Largo do Paço, junto à Reitoria da UMinho, que nos últimos 150 anos já teve jardins, árvores, grades, a colunata fechada e o chafariz usado por aguadeiras.