Crianças sensibilizam população para dar sangue

“Dar sangue é um acto de amor”. A frase é da Sandra Cavalcante, uma dadora brasileira que dá sangue há cerca de uma década.
Em Portugal há três anos, Sandra foi uma das pessoas que se juntou à iniciativa do Agrupamento de Escolas Dr. Francisco Sanches, que, esta sexta-feira, juntou no Parque da Ponte, em Braga, 1700 alunos.
Com a missão de sensibilizar as gerações mais novas para o acto de dar sangue, o agrupamento promove a dádiva há 31 anos.
Gastão Veloso, adjunto da direcção do Agrupamento, sublinha a vertente pedagógica da iniciativa. “Eles não podem dar sangue, mas vêm para cá e na cabeça deles vai ficar o dia da dádiva de sangue e eles são os potenciais dadores”, justificou.
Para o professor, “no futuro estas crianças vão perceber que dar sangue é muito importante”.
Por isso, a dádiva de sangue que o agrupamento promove há 31 edições “é criar sementes para no futuro ter cidadãos responsáveis, solidários e capazes de dar um bocadinho de si”.
“Só quando temos alguém próximo que precisa é que nos consciencializamos da necessidade de dar sangue”
Em 2018, 36 pessoas doaram sangue, este ano, até ao final da manhã, contavam-se cerca de 10 dádivas.
Se dependesse da vontade, o número podia ser maior, mas há pessoas que por diferentes motivos acabam por não poder dar sangue. A professora do agrupamento responsável pelas dádivas, Cristina Cibrão, explica que em alguns casos “estão a tomar medicação, tiveram uma intervenção cirúrgica há pouco tempo ou estão a amamentar”. Além disso, frisou “temos o caso dos brasileiros, que são muito solidários, mas têm que estar ca há, pelo menos, dois anos”.
A verdade é que a RUM entrou na unidade móvel e das três pessoas que ali se encontravam a dar sangue, duas eram brasileiras.
Sandra Cavalcante tem o tipo de sangue O- e, por isso, sente “um peso maior na consciência”. “Sempre que é possível, venho doar”, garantiu.
Maria Faria também se dispensou alguns minutos da sua rotina para dar sangue, realçando que não é possível obtermos sangue de outras forma, por isso, “quem pode e está em condições deve dar”. “É uma acto de solidariedade”, sublinhou.
Encontramos ainda Lara Almeida, também do Brasil, que chama a atenção para a quantidade reduzida de dadores. “Acho que se deve fazer mais vezes por ano estas dádivas para consciencializar as pessoas, porque “só quando temos alguém próximo que precisa é que nos consciencializamos da necessidade de dar sangue””, disse a dadora.
Diariamente são necessárias 1200 unidades de todos os grupos sanguíneos
A par da dádiva de sangue, esta 31.ª edição realiza-se pela primeira vez no Parque da Ponte, onde durante a manhã de hoje se realizaram ateliers, jogos pedagógicos, uma peça de teatro, uma exposição, e narrações de histórias. Destaque ainda para a novidade deste ano, um gigantone de Francisco Sanches, que vai particiar no encontro de gigantones do S. João.
Para encerrar a actividade, os 1700 alunos do agrupamento vão construir a frase “Dar Sangue é dar vida”.
Lídia Dias, vereadora da Educação, realça o carácter solidário e a qualidade do agrupamento.
“Estão a cumprir-se plenamente os objectivos deste evento, que tem um histórico já muito relevante de uma instituição que pugna por este carácter mais solidário que, desde muito cedo, sensibiliza a sua comunidade para a dádiva de sangue”, afirmou a vereadora. Lídia Dias deixou ainda um elogio “à mostra da força que este agrupamento tem, ao conseguir congregar um conjunto de iniciativas com esta qualidade desde o pré-escolar ao 9.º ano”.
Diariamente são necessárias 1200 unidades de todos os grupos sanguíneos. Cada dádiva de sangue pode ajudar a salvar 3 vidas e ao longo da vida cada dador pode ajudar a salvar 500 pessoas.
Em Braga, até ao final da manhã, os cerca de 10 dadores, podem estar a ajudar 30 outras pessoas, fazendo jus ao lema “dar sangue é dar vida”.
Áudio:
Cristina Cibrão e Gastão Veloso, do Agrupamento, dadoras de sangue, e Lídia Dias, vereadora da Educação, a propósito da iniciativa
