Cursos do CFIG e da CISAVE devem passar para outros estabelecimentos

Mesmo que a Associação Comercial e Industrial de Guimarães (ACIG) venha a ser declarada insolvente, a actual direcção deverá conseguir assegurar, com outros estabelecimentos de ensino, a continuidade dos cursos da escola profissional CISAVE e do centro de formação CFIG, dois dos mais antigos e maiores centros de formação de Guimarães.
Ontem à noite, em entrevista ao Campus Verbal, Filipe Vilas Boas, presidente da ACIG, explicou que a direcção está a desencadear conversações nesse sentido. Confessando que neste momento esta é “uma das maiores preocupações”, o responsável revelou que a direcção tem reunido “com várias entidades de Guimarães e não só” na tentativa de “transferir o conhecimento e os alunos, e porventura alguma receita a haver do POCH, para outra entidade que reúna condições legais para a receber”.
Há já interessados, de acordo com o presidente da ACIG. Filipe Vilas Boas refere que a autarquia também está atenta à situação, ainda que esteja limitada à questão do ensino e de mãos atadas no que respeita à sobrevivência da ACIG no seu todo.
O CISAVE e o centro de formação CFIG eram as únicas áreas a ajudar financeiramente “o mínimo que havia de tesouraria”.
A obrigação da direcção, defende Filipe Vilas Boas, é “resolver o problema dos alunos”, dando nota que o município também “vai encontrar soluções no ensino público para estes alunos”. No entanto, acrescenta o dirigente da associação, o objectivo era continuarem nos cursos que escolheram. Para isso “é necessário encontrar parceiros que queiram acolher estes alunos”, explica.
Apesar da frágil situação da ACIG, o presidente adiantou que a procura tem continuado alta, com muitas inscrições registadas.
Estava tudo preparado para colocar a CISAVE “muito acima da média das escolas de ensino técnico profissional da região”
A direcção empossada há um ano tinha o objectivo de lançar novos cursos. Filipe Vilas Boas lamenta que os constrangimentos financeiros tenham impedido essa ambição. “Toda a organização que estávamos a fazer, os novos cursos que queríamos implementar, as novas parcerias que estávamos a fazer nomeadamente com países lusófonos, ia ser fundamental para transformarmos a escola da CISAVE, não numa escolazinha politécnica da ACIG. Ia ter um sucesso enorme porque estávamos já com parcerias internacionais para levarmos esta escola para um nível muito acima daquilo que é a média das escolas do ensino técnico-profissional da região”, confessou.
