CVP Braga apela a mecenas para acabar sede até 2020

Começa a ganhar forma, pelo menos no papel, a nova sede da delegação de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa. Assinado pelo arquitecto António Coutinhas, o projecto, elaborado a título gratuito para a instituição, foi apresentado, esta terça-feira, no Theatro Circo, na presença de empresários e sociedade civil.
Orçado em 1 milhão e 200 mil euros, o espaço na Avenida 31 de Janeiro, de 1273 metros quadrados, vai ser requalificado e ampliado.
“Procuramos com a nova construção diminiur o impacto do que se vai fazer face à fachada e desenvolve-se para trás uma espécie de cone em função do volume da casa antiga. Temos no -1 uma cave, onde estão as ambulâcias, uma garagem, camaratas e áreas técnicas. No 1.º andar (que corresponderá ao rés-do-chão) estão o atendimento e salas de trabalho e no piso de cima encontra-se a direcção, administração e back office. Em ambos os pisos há salas de formação”, detalhou o arquitecto.
A entrada do edifício far-se-á pelo lado Norte e o pátio, que separa os dois volumes, contará com uma parede solidária onde vão constar os nomes dos mecenas.
“A degradação das instalações foi desde a tomada de posse desta direcção, em 2011, uma preocupação constante, que teve um marco importante com a assinatura de um protocolo com o Ministério da Defesa em que foram cedidas as antigas instalações do extinto recrutamento militar, em Santa Tecla, por 10 anos. Porém, a existência de uma portaria fazia com que, a partir de 2024, passassemos a pagar uma renda de cerca de 8 mil euros mensais. Este percalço levou-nos a procurar outro caminho”, explicou o presidente da delegação de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa, Armando Osório.
O caminho de que Armando Osório fala tem como ponto de partida a agregação da sociedade, já que investimento de mais de um milhão de euros será suportado através da banca e do mecenato.
Nova sede deverá estar pronta em Outubro de 2020
O projecto conta com duas fases: uma fase de demolição e construção de infraestruturas e uma segunda fase de acabamentos e especialidades.
“A primeira tem uma duração prevista de 2 a 3 meses. Esperamos lançar o concurso já na quinta-feira, no sentido de avaliarmos as propostas que nos chegarem e lançar a empreitada a 20 de Agosto. Iremos depois lançar um segundo concurso, com uma previsão de duração de 9 a 12 meses. Os concursos serao lançados a partir de 1 de Agosto e a ideia será iniciar a 2.ª fase em meados de Setembro”, apontou Jorge Batista, um dos empresário que se associou à causa.
A delegação espera ver o projecto concluído em Outubro de 2020. Até lá precisa do apoio da população seja pelos donativos financeiros, de serviços ou bens. Acresce ao apelo, os donativos para os equipamentos e recheio do edifício.
Os interessados poderão ajudar através de acções mecenáticas, doações graciosas de serviços e materiais, contribuições individuais, “nao só os baracarenses mas todos os habitantes do distrito” podem fazê-lo através de entrega directa ou por trasnferência bancária través do IBAN: PT50 0033 0000 45244287539 05. Serão ainda promovidos eventos de beneficiência, com fins lucrativos.
António Murta, empresário que também se associou à Cruz Vermelha de Braga, adiantou na sessão que “a igreja de Braga será auxiliar nesta obra”, através das “freguesias que não estejam comprometidas elas próprias com obras, onde já estão peditórios para ajudar a este objectivo”.
“Já várias pessoas manifestram vontade de doar materiais e serviços e que obviamente vá abater ao investimento. Teremos um investimento líquido que deverá ser menor que os 1,2 milhões de euros”, explicou.
A Cruz Vermelha de Braga quer que este seja um processo claro e, para isso, constituiu um grupo de apoio, dividido em 3 comissões. Segundo o professor catedrático da UMinho, Carlos Bernardo
compete a esse grupo “dar testemunho à sociedade, ser transparente e comunicar”. “Temos 3 comissões: A da narrativa, que tem como objectivo comunicar e é coordenada pelo empresário Carlos Oliveira; a comissão de acompanhamento da obra coordenada por Jorge Batista e a comissão de angariação de fundos coordenada por António Murta”, avançou.
O grupo tem promovido reuniões mensais para definir “estratégias e decisões a tomar” e cada comissão reune sempre que entende “para melhor programar a sua missão”.
A delegação de Braga da Cruz Vermelha trabalha com cerca de 13 mil pessoas por ano. Apoiou este ano 259 famílias, 1949 pessoas e prestou 7796 serviços.
