Dear Telephone, punk e uma “cena” que não existe em Barcelos

À chegada vê-se o rio. Em Barcelos, ou melhor, em Barcelinhos passa o Câvado. Junto a ele há um edifício que logo remete para os antigos anos da cidade. Aqui ouvem-se guitarras e uma voz feminina que atravessa as paredes de uma sala forrada a branco e azul.
Guitarras, microfones, sintetizadores e amplificadores recheiam o rés-chão do edifício. Preparam-se câmaras, tripés, som está “ok”. No compasso de espera, Graciela desafia os restantes membros da banda para uma partida do “jogo das mãos”: “Eu bato uma vez, duas é no sentido inverso”.
Há muito que se faz música em Barcelos. Mas apesar da variedade de sons “não há cena nenhuma. São apenas 12 ou 13 gajos a fazer música”. Nos primórdios apareceram bandas muito experimentais, “os tolinhos, os marados”. Agora tem aparecido “um grupo de malta do hip hop e do punk”. Diferentes linguagens que coabitam numa cidade em nada transformada pela música.
