Deputados da AR contra venda da Fábrica Confiança

Todos os deputado da Assembleia da República estão contra a venda da Fábrica Confiança. Recorde-se que esta sexta-feira a Assembleia da República aprovou a resolução apresentada pela Comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto que recomenda a classificação do edifício da fábrica Confiança como património cultural e histórico.
A RUM conversou com o promotor da Plataforma Salvar a Fábrica Confiança que sublinhou o facto do Governo estar “empenhado em manter na esfera pública o imóvel para ser utilizado como equipamento cultural”. Neste sentido a Plataforma tem vindo a manter contacto com a Ministra da Cultura.
Luís Tarroso Gomes lembra que apresentaram, há cerca de duas semanas, uma proposta para transformar a antiga saboaria num centro cívico e cultural.
O texto vai mais longe ao querer que o Governo “encete diligências junto da Câmara Municipal de Braga, no sentido de ser analisada a possibilidade de obtenção de fundos europeus para a reabilitação do edifício, com vista à sua protecção e valorização e eventual instalação de projectos culturais e museológicos que sustentem e garantam a sua preservação na esfera pública”.
Ora, esta posição por parte dos deputados vem confirmar a premissa defendida pela Plataforma Salvar a Fábrica Confiança que, ao longo dos anos, tem defendido que “existem verbas para requalificar o imóvel”. Desmentindo assim a posição da Câmara Municipal de Braga. O porta-voz da iniciativa frisa a importância de “não desperdiçar oportunidades”. Luís Tarroso Gomes confessa que pode não ser possível “fazer as intervenções de uma só vez”, no entanto, as obras podem ser feitas “progressivamente” de modo a salvar um edifício com quase 125 anos de história na cidade dos arcebispos.
Votaram a favor os deputados do PS, BE, PCP, PEV e PAN. Os deputados do PSD e do CDS abstiveram-se. Desta forma, nenhum deputado da Assembleia da República defendeu a venda do edifício histórico a privados ou pôs em causa o desejo da população, das associações cívicas, do património e culturais da cidade dos arcebispos de que o edifício se torne num espaço público aberto à população e a iniciativas culturais.
Caso isso aconteça, a Câmara de Braga, actual proprietária do edifício, fica impedida de poder alienar a antiga saboaria, numa altura em que a autarquia pretendia vender o edifício.
