Linha entre Braga e Guimarães volta à AR pelas mãos do BE

O grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) defende um maior investimento na rede ferroviária, em concreto, no distrito de Braga. Os deputados do BE eleitos por Braga apresentaram, esta sexta-feira na Estação de Caminhos de Ferro na cidade dos arcebispos, um projecto de resolução que recomenda ao Governo quatro medidas consideradas fulcrais para o desenvolvimento da região, bem estar da população e que, consequentemente, ajudarão a atingir mais rapidamente a neutralidade carbónica.
José Maria Cardoso, deputado eleito pelo círculo de Braga, realçou que neste momento a rede ferroviária “não é eficiente”. Assim sendo o bloco propõe, uma vez mais, uma ligação directa entre Braga e Guimarães. Antes de iniciar este processo os bloquistas pretendem realizar um “estudo de viabilidade”.
Hoje em dia a viagem entre as duas cidades demora cerca de 2 horas o que dificulta a vida de milhares de pessoas que necessitam de fazer movimentos pendulares, por motivos profissionais ou académicos, uma vez que a cidade de Braga e Guimarães acolhe os polos da Universidade do Minho. O resultado está à vista, a utilização massificada de veículos próprios que acabam por sobrecarregar e congestionar linhas de acesso a estas cidades, alertam os deputados.
Outra das propostas inseridas no projecto de resolução passa pela criação de uma “linha suburbana entre Barcelos e o Porto”. Deste modo todas as cidades do quadrilátero urbano estariam ligadas por comboio. José Maria Cardoso refere que estas são responsabilidades do poder central, contudo o poder local não se pode desmarcar da equação. “Devem criar pressão para que este género de situações e problemáticas não se arrastem no tempo”, defende. Para o deputado tudo se resume a “vontade política” que “não tem existido”.
Ora, antes de todo este investimento José Maria Cardoso recorda que é premente proceder à “requalificação das linhas ferroviárias do distrito” que caminha a todo o vapor para nos próximos anos passar de 956 mil habitantes para 1 milhão.
“Está tudo muito atrasado. A electrificação da linha do Minho já deveria estar pronta há um ano. Não se justifica continuar a existir uma linha única entre o Minho e Valença”, declara o deputado.
José Maria Cardoso invoca também motivos económicos, isto porque do ponto de vista do BE o investimento na ferrovia acaba por contribuir para uma mobilidade mais sustentável no que toca a mercadorias, sendo que esta é uma “região com grande produtividade”. O resultado seria a redução dos gases com efeito de estufa.
Por último, o Bloco de Esquerda pretende contribuir para uma melhor integração modal, horária e tarifária de todos os modos de transporte existentes.
