Dia de greve de professores no norte do país

Milhares de alunos deverão ficar sem aulas esta sexta-feira devido à greve dos professores convocada pela Fenprof. A greve passou por diferentes regiões do país ao longo desta semana, e termina precisamente hoje, no Norte. Estima-se a adesão de centenas de profissionais da área. Exigem a recuperação de todo o tempo de serviço cumprido e dizem “não” ao adiamento de soluções para este problema estruturante do sistema educativo. Os docentes sentem-se defraudados pelo Ministério da Educação. Acusam a tutela de não cumprir com o acordo estabelecido.

Júlia Vale, do Sindicato de Professores do Norte estima “uma clara demonstração da força dos professores e da sua indignação perante as medidas do governo”, com destaque para o facto da tutela “ter assumido que o tempo de serviço congelado era para ser recuperado na totalidade, e nas regiões mais recentes ter apresentado uma solução que não tem haver com o compromisso que assinou”. Para a sindicalista, o Ministério manifestou “desrespeito claro pela classe docente”.

O Sindicato dos Professores do Norte admite que a indignação “é muito grande” e que hoje será mais “um grande momento de afirmação dos professores” que visa “contribuir para uma alteração de posição do Ministério da Educação, que deixe de ser autista em relação a esta matéria”.

Júlia Vale lembrou que muitos professores “nunca vão atingir o topo da carreira” colocando em risco a continuidade de muitos destes profissionais. O Sindicato dos Professores do Norte teme que em Portugal se verifique o que aconteceu em Inglaterra. “As pessoas têm tendência para ficarem completamente descontente com a profissão que têm. A Inglaterra de um momento para o outro viu-se sem professores porque a profissão foi tão maltratada que as pessoas acabaram por abandonar a profissão”, avisou a sindicalista.

Esta sexta-feira, Mário Nogueira, da Fenprof estará junto à Escola Secundária Dona Maria II para falar com professores em greve.