Dificuldades da ECUM no centro da tomada de posse

A investidura da presidente da Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM) ficou marcada por um diagnóstico detalhado daqueles que são os vários problemas que ao longo dos anos, e mais recentemente, se têm vindo a fazer sentir na unidade. 

A nova presidente, Manuela Corte-Real, docente na academia minhota desde 1991, aponta como principal intuito do seu programa a procura “por uma escola mais completa”. Segundo aquela responsável, as novas instalações da escola, no campus de Azurém, com o departamento de Ciências da Terra vão criar condições para se proporcionarem novas oportunidades no que toca a colaborações com outras unidades orgânicas.  

Ao longo do seu discurso, a docente salientou o abandono escolar como um dos aspectos a resolver. “Tentar captar alunos de excelência” é fundamental para evitar o abandono, no entanto “este não é um caso isolado, trata-se de um problema generalizado nas instituições de ensino superior”, defende Manuela Corte-Real.  A presidente abordou ainda os impactos dos novos contratos públicos.

Por sua vez, o reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, começou por afirmar que a Escola de Ciências acompanha praticamente desde o início a academia minhota, e como tal é natural algum envelhecimento. Recorde-se que em 2013, a Escola de Ciências sofreu um acidente laboratorial que fez alguns estragos na infra-estrutura.

Caracterizado como um período crítico, a estes problemas antigos acrescentam-se novos desafios que o reitor espera serem ultrapassados com a transferência do Departamento de Ciências da Terra para o campus de Azurém. “Este é um projecto que reforçará a oferta formativa assim como a possibilidade de melhores condições de trabalho”, sustentou.

Rui Vieira de Castro abordou também o problema do abandono escolar e a necessidade de “recrutar estudantes de qualidade”. “Apesar de termos preenchido as vagas no concurso nacional de acesso na primeira fase, estamos perante um problema de abandono.  É uma realidade que não podemos ignorar e que tem de partir de uma mobilização interna”, reforçou o reitor.

Na cerimónia, Rui Vieira de Castro anunciou à audiência o primeiro concurso de estímulo ao emprego científico institucional com 60 posições, referindo que “está em cima da mesa” a abertura de concursos a investigadores. Recorde-se que a Escola de Ciências é uma das escolas da UMinho que detém a maior quantidade de investigadores reconhecidos internacionalmente, factor que “dá [à UMinho] um capital de confiança para o futuro”, sublinhou.