Director do SICAD exige mais autonomia no combate ao consumo de drogas

O director-geral do SICAD (Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências) exigiu esta manhã ao Ministério da Saúde mais autonomia no combate ao consumo de drogas em Portugal. 

O responsável marcou presença esta manhã na Universidade do Minho, a propósito da celebração dos 20 anos da Estratégia Nacional de Luta Contra a Droga (ENLCD), e aproveitou o momento para apelar à nova tutela do Ministério da Saúde “uma ligação directa [do SICAD] entre as estruturas de âmbito nacional e as unidades de intervenção local, sem mediação de estruturas regionais”. 


João Goulão, ele que foi um dos fundadores da ENLCD, sublinhou que as estruturas regionais “têm outras preocupações e as questões dos comportamentos aditivos e das dependências diluem-se”.


O responsável adiantou que já falou com António Sales, novo secretário de Estado da Saúde, sobre a vontade manifestou em tornar o SICAD mais autónomo e próximo do terreno. O maior poder do organismo poderá estar inscrito, acredita Jorge Goulão, no Plano Nacional para a Redução dos Comportamentos Aditivos e das Dependências, que entrará em vigor no próximo ano, e que foi construído entre 13 ministérios do Governo. 

IDT foi extinto e o consumo aumentou. “Não há prova de relação causa-efeito mas há coincidência”

Na perspectiva da maior autonomia atribuída ao SICAD, João Goulão lamentou a extinção, em 2011, do IDT (Instituto das Drogas e Toxicodependência) modelo que juntava a coordenação das políticas nesta área e as equipas no terreno para prevenção e tratamento de dependências, que passaram para a alçada das administrações regionais de saúde. 

O responsável notou que desde a extinção do organismo “houve um recrudescimento de fenómenos de comportamentos aditivos”. “Se há ou não uma relação causa-efeito é complicado dizer mas há, pelo menos, uma coincidência”, sublinhou. 

João Goulão desvendou ainda que, apesar da perda de poderes, o SICAD ainda é solicitado por organismos internacionais, lembrando que a política portuguesa na área do combate ao consumo de drogas é vista como um exemplo, sobretudo desde a descriminalização do consumo de substâncias ilícitas e a criação das Comissões para a Dissuasão da Toxicodependência, em 2000/2001.

Uso nocivo do álcool e de estimulantes como a cocaína ou o ecstasy aumentou

Em relação ao consumo de estupefacientes, João Goulão revelou alguns dos últimos dados e, segundo o responsável, aumentou o uso nocivo do álcool e de estimulantes como a cocaína e o ecstasy. A utilização de cannabis também cresceu e o director-geral do SICAD aponta que “o debate recente sobre a legalização da substância pode ter complicado a actividade preventiva”.

Pedro Magalhães
Pedro Magalhães

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Rádio RUM em Direto Logo RUM
NO AR Rádio RUM em Direto Próximo programa não definido
aaum aaumtv