Domingos Bragança: “Taxa turística não restringe o turismo”

Guimarães vai mesmo avançar para a cobrança de uma taxa turística. O presidente do município reiterou a vontade de cobrar a taxa e revelou que a medida está a ser concertada com o homólogo bracarense Ricardo Rio.
O assunto foi hoje trazido pela primeira vez a reunião de câmara, através de um ponto na ordem de discussão, e depois de várias declarações públicas de Domingos Bragança a mostrar vontade de avançar para a taxa. O autarca explicou que estão a ser realizados dois estudos, um pelo IPCA (já conhecido) e outro por uma empresa especializada.
“A questão da taxa turística é termos meios para a manutenção, preservação e limpeza do espaço público porque o património custa dinheiro. Quem visita as cidades não coloca a cobrança por dormida como restrição. Quando visitamos uma cidade não perguntamos primeiro se cobram a taxa”.
Opinião diferente tem a oposição camarária. A Coligação Juntos Por Guimarães votou contra com o ponto que prevê o início da aprovação de um regulamento municipal para a taxa. Pela voz do vereador sem pelouro Ricardo Araújo, a força política à direita alertou que, neste momento, “Guimarães devia focar-se em captar mais turistas” e que “o prioritário não devia ser criar condicionalismos ao turismo”.
“O surgimento das taxas turísticas está relacionado com a globalização e massificação do turismo em várias cidades europeias. Guimarães já está nesse ponto?”, questionou o vereador. Ricardo Araújo avisou que a cobrança por dormida pode afastar segmentos da sociedade, nomeadamente os jovens, e lembrou que “há cidades que já estão a sentir impacto negativo no turismo por causa da taxa”. “Um euro não é igual para quem dorme num hotel de 5 estrelas, em que se paga 150 euros por noite, ou para quem dorme num hostel, onde se paga 20 euros“.
A isto, Domingos Bragança respondeu que a taxa é “inelástica à oferta e à procura” e lembrou que o “turismo pode ser qualitativo e não massivo“.
A taxa turística ainda está em fase de estudo mas é certo que vai avançar em Guimarães. O preço por dormida, revelou Domingos Bragança, estará entre o euro e o euro e meio e há hipótese de isenção da taxa aos mais jovens.
Domingos Bragança quer gestão do Castelo na autarquia
No âmbito do turismo, Domingos Bragança foi questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de o município ficar responsável pela gestão do Castelo, do Paço dos Duques e do Museu Alberto Sampaio, monumentos actualmente sob a tutela Direção Regional da Cultura Norte (DRCN).
O autarca assinalou que os valores cobrados à entrada de quem visita o Castelo e o Paço dos Duques representam um lucro anual de 1 milhão e meio de euros, cifra que não entra nos cofres do município, e lembrou que é pedido “esforço” à autarquia na manutenção dos imóveis e “não há compensação nenhuma”.
Áudio:
Domingos Bragança explica as razões da implementação da taxa turística; Oposição considera medida desnecessária por considerar que Guimarães ainda não sofre de turismo massificado.
