Autarquia e oposição dizem que “é preciso mais dinheiro” para o CIAJG

O futuro do Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) esteve novamente em discussão na reunião de Câmara de Guimarães. Esta segunda-feira, Ricardo Araújo, vereador da coligação Juntos por Guimarães, trouxe o assunto à baila antes da votação aos pontos da ordem de trabalho ao lembrar que a autarquia tinha prometido, há um ano, uma reflexão sobre o futuro do espaço.


A vereadora da Cultura em Guimarães Adelina Paula Pinto respondeu prontamente à acusação de Ricardo Araújo e revelou que a autarquia já reuniu um conselho consultivo com diversas figuras, locais e nacionais, ligadas à cultura. Desse encontro, completou, saíram conclusões sobre o que está a ser bem feito e o que é preciso melhorar no espaço cultural vimaranense. 

A autarca referiu que um dos aspectos positivos do CIAJG é o “papel diferenciador na área expositiva, ao aliar as obras de José de Guimarães com obras e exposições diferentes e únicas do resto do país”. No entanto, reconheceu que a diferenciação não está a conseguir seduzir “o grande público”. “O conselho reconheceu que é preciso mais para trazer o grande público e algumas das soluções passam por trazer artistas locais, aumentar a presença da obra de José de Guimarães, e abrir o CIAJG a outro tipo de artes, como os concertos”, apontou.


Depois da troca de argumentos, tanto Ricardo Araújo como Adelina Paula Pinto concordaram que “é preciso mais investimento no CIAJG”. O vereador da oposição assinalou que para o espaço dar o salto para a internacionalização é necessário mais investimento do Estado central e acusou a autarquia, que é PS, de não ser expedita o suficiente na reivindicação desse apoio, lembrando que antes, quando o Governo era de direita, o executivo liderado por Domingos Bragança era “muito mais crítico”.


Adelina Paula Pinto admitiu que o apoio do Estado é insuficiente e reconheceu que “é preciso mais dinheiro” para o CIAJG poder competir com Serralves, no Porto, ou o com o Maat, em Lisboa. “É preciso mais investimento, nomeadamente na comunicação. Vejam quanto se gasta no Serralves ou no Maat e quanto se gasta aqui”, lamentou.

Novo director-artístico do CIAJG “tem de ser alguém conceituado mas que conheça a cultura vimaranense”

O futuro do CIAJG já é discutido há muito mas as críticas da oposição autárquica adensaram-se nos últimos meses, após a saída do director-artístico Nuno Faria, em Junho passado, e a ausência de um substituto. As críticas voltaram esta segunda-feira, com Ricardo Araújo a referir que “a Câmara está há muito tempo sem nomear um director”, acrescentado que “isso revela falta de estratégia do município para o espaço”.


Adelina Paula Pinto retorquiu, ao revelar que o novo programador do CIAJG será conhecido em breve, adiantando que será aberto um concurso público para o cargo. O perfil do novo responsável, apontou, está identificado e passa por alguém que conheça e cruze a cultura vimaranense com o contexto nacional e internacional.


“Quem virá terá de ser alguém imerso na cultura vimaranense, alguém que consiga sentir a cidade, e ao mesmo tempo que tenha currículo nacional e internacional. Se calhar não vamos encontrar esse perfil num vimaranense mas podemos encontrar alguém que esteja cá e que consiga fazer todas essas ligações”, assinalou.

Pedro Magalhães
Pedro Magalhães

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