ECUM aposta na investigação com desafios no horizonte

A Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM) celebrou esta quinta-feira 44 anos de existência. A sessão foi o momento escolhido para enumerar os chavões do ano de 2019. As apostas recaem sobre o aumento de cursos à distância, aumento das parcerias com universidades nacionais e internacionais, assim como aumentar o número de projectos de investigação científica.
Neste momento, a ECUM é uma das unidades que atrai mais financiamento na Universidade do Minho. Em 2018, a escola conseguiu 17 milhões de euros em 40 projectos aprovados, para além de ser responsável por 37% das publicações produzidas na UMinho e ainda contar com um dos investigadores mais citados do mundo, o físico Nuno Peres.
A cerimónia contou com a presença de Christopher Brett, vice-presidente da União Internacional de Química Pura Aplicada (IUPAC) e presidente eleito para o biénio 2020‑2021, que apresentou a palestra “A tabela periódica dos elementos químicos”.
Para fechar a sessão, a plateia assistiu à estreia do GUME – Grupo de Teatro da Universidade do Minho, com a encenação do texto “A caminho de Copenhaga”.
Escola de Ciências dá boas vindas a 70 novos investigadores
A presidente da Escola de Ciências, Manuela Côrte-Real olha para esta “injecção de sangue novo” como uma forma de dinamizar a escola. No horizonte avizinham-se “desafios que vão ter impacto no futuro”, por isso é necessário aumentar “a massa critica” para “alavancar mais financiamento competitivo e suportar áreas já estruturantes da escola”.
Uma das grandes novidades passa pela nova parceria concretizada com a Universidade de Palermo, em Itália, no âmbito do programa Erasmus+. Segundo a professora, esta iniciativa vai permitir que cerca de 30 estudantes de mestrado da Universidade do Minho possam frequentar determinadas cadeiras nas duas academias, assim como estudantes da cidade italiana estudarem na UMinho.
Manuela Côrte-Real frisa a necessidade de “ampliar ainda mais estas parcerias ”de modo a explorar outras possibilidades”. A ideia partilhada pelo reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro. Aos microfones da RUM, o responsável deixou uma palavra de “satisfação” pelo discurso ambicioso da presidente da escola.
O responsável máximo da academia minhota realça a importância deste “interesse em colaborar com outras academias europeias”, sendo que as relações “no espaço europeu de ensino superior devem ser trabalhadas e privilegiadas”.
Licenciatura em Optometria e Ciências da Visão pode provocar “impactos graves na vida da escola”, alerta
“Muitas inverdades circulam com facilidade sobre este tema e são assumidas como verdades”. Foi com estas palavras que o reitor da Universidade do Minho começou por abordar a problemática que tem sido uma das grandes “nuvens negras” da Escola de Ciências.
Rui Vieira de Castro garante que não existem motivos para alarme, apesar de ter existido, efectivamente, um decréscimo de estudantes a ingressar na licenciatura devido à polémica nacional criada por várias entidades.
Porém, o reitor sublinha que o curso está certificado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e que nos próximos tempos importa reforçar a “qualidade do curso”. Rui Vieira de Castro acrescenta que os profissionais formados pela UMinho estão integrados no mercado de trabalho, por isso, não existem razões para “lançar suspeitas absolutamente infundadas”.
Ensino à distância e oportunidades na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte
Em resposta aos alertas da presidente da ECUM em relação à necessidade de renovação de equipamentos, o reitor avançou com a possibilidade da escola se candidatar a um open call da CCDR-N precisamente para equipamento científico.
O reitor confessa que conhece “o nível de degradação de algum equipamento”, no entanto neste momento a academia não tem capacidade financeira para sustentar a aquisição do mesmo, logo “têm de ser encontradas outras soluções”.
Rui Vieira de Castro acrescenta que a CCDR-N irá abrir também este semestre, outro open call relacionado com projectos de investigação em que a escola poderia se destacar, nomeadamente nas áreas da saúde, mar e agro-alimentar. Propostas que foram bem vindas pela presidente, Manuela Côrte-Real.
No que toca aos cursos à distância, para já são apenas seis, porém a presidente frisa a vontade de durante 2019 aumentar esse número.
Número de doutoramentos e teses concluídas
O reitor lançou o repto para que a Escola de Ciências analise o porquê da UMinho estar a perder “um número expressivo de alunos”.
Sendo que a academia minhota conta com cerca de 180 doutorados e apenas 17 teses terminadas, Rui Vieira de Castro considera que os números não são alarmantes, mas “devem ser estudados”.
Áudio:
Palavras do Reitor, Rui Vieira de Castro, e da presidente da ECUM, Manuela Côrte-Real.
