EDF: Pais acusam Ministério de falhar promessa

Não há solução à vista para os 180 alunos do Externato Delfim Ferreira, que têm o ano lectivo em risco, depois de ter sido anunciado que o colégio já não voltará a abrir as portas depois das férias da Páscoa.
O tempo esgota-se assim para os encarregados de educação, que estão forçados a encontrar um novo estabelecimento de ensino para que os filhos possam terminar o ano lectivo.
À RUM, Júlia Oliveira, encarregada de educação de uma das alunas que neste momento está sem escola, garante que “as alternativas são zero ao nível do que foi prometido”, referindo-se a um compromisso do Ministério da Educação, através do “secretário do gabinete do ministro, de que haveria todas as medidas possíveis para manter o Externato até ao fim do ano lectivo”. “Andaram 15 dias a enganar-nos. O secretário diz que não prometeu nada e que o delegado da Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGESTE)tinha todas as indicações, que era recolocar os alunos”, esclareceu.
A única possibilidade que o Governo dá, esclareceu esta encarregada de educação, passa por “abrirem em qualquer escola pública uma turma e adaptarem o programa educativo”. Neste cenário surge a possibilidade de recolocarem os alunos do Externato na Escola Secundária Padre Benjamim Salgado, na freguesia vizinha de Joane.
No entanto, reforçou, os pais querem “garantias”.
Júlia Oliveira, bem como outros pais, tinha já “um plano B” ao nível da escola privada, mas continuam a “discutir a opção de colocar a turma em Joane”. “Estamos a tentar saber junto do director da Escola se vão abrir uma turma ou espalhar os miúdos pelas existentes. Nada está fechado ainda”, garantiu à RUM.
“O administrador da insolvência mostrou-se irredutível”
Na reunião que decorreu, esta terça-feira, no Externato, “voltou-se, novamente, à questão de serem os pais a cumprir com o valor para finalizar o ano lectivo, mas o administrador da insolvência mostrou-se irredutível e não admite uma coisa dessas”, adiantou ainda Júlia Oliveira.
A reunião acabou por não ser conclusiva. O ideal seria colocar todos os alunos na mesma escola. A encarregada de educação alerta para os impactos que este impasse pode ter no percurso escolar dos estudantes. “A minha filha está no 10.º ano e não é uma situação tão grave, mas os do 11.º e 12.º ano têm os exames nacionais e, por décimas, podem não conseguir os cursos que pretendem”, sublinhou.
Recordo que o Tribunal de Vila Nova de Famalicão decretou, no início de Abril, a insolvência da Delfilópolis, detentora do Externato Defim Ferreira, devido a graves dificuldades financeiras.
O Externato Delfim Ferreira, em Riba D’Ave, no concelho de Famalicão, já não vai abrir as portas para o 3.º período lectivo. As aulas retomam na próxima terça-feira, até lá os encarregados de educação têm que arranjar um novo estabelecimento de ensino para os 180 estudantes.
A RUM contactou o agrupamento de escolas de Joane, que não quis prestar declarações.
Áudio:
Júlia Oliveira, encarredada de educação de uma das alunas do Externato, adianta conclusões da reunião de terça-feira
