Edifício da ACIG vai a leilão

Caiu por terra a primeira tentativa da Associação Comercial e Industrial de Guimarães (ACIG) em evitar a insolvência da instituição. A solução passava pela venda do edifício da instituição – situado no centro histórico da cidade, na Rua D. Maria II – no valor 3,2 milhões de euros mas, até à data limite, não surgiram interessados na compra. Os responsáveis vão agora optar por outra via, que passará por novo concurso de venda em diferentes moldes.
“Não houve nenhuma proposta até ao prazo previsto no regulamento e agora vamos lançar um concurso para uma venda sem valor base, numa espécie de leilão à carta fechada”, revelou esta tarde à RUM o presidente da ACIG, Filipe Vilas Boas.
O responsável admitiu que a primeira tentativa de venda era pouco atractiva para os potenciais compradores, uma vez que “as condições de venda eram complexas e colocavam um ónus de manter a ACIG como inquilina do prédio durante 30 anos, ou seja, mais do que uma venda era um financiamento”. Agora, sem aparentes encargos extraordinários no processo de venda, os compradores, esclareceu Filipe Vilas Boas, vão aparecer: “é um edifício requalificado no centro histórico de Guimarães, com grande potencial imobiliário, e, sendo eu arquitecto de profissão, sei perfeitamente que há muitos observadores a aguardar o desfecho do processo; sabem que, num processo de insolvência, podem adquirir o edifício na mesma”.
O procedimento para o concurso de venda vai avançar “o mais rápido possível” visto que a ACIG tem dívidas superiores a 3 milhões de euros. O enquadramento do processo vai procurar no mercado “alguém que queira comprar o edifício e, se aparecerem propostas, a ACIG leva a proposta a Assembleia-Geral” para a conclusão do negócio.
O cenário, esclareceu Filipe Vilas Boas, é um de dois: “ou se vota favoravelmente a venda do edifício em Assembleia-Geral ou, não havendo voto favorável, não há venda e há insolvência directa”. No último dos casos a actual direcção terá de se demitir, admitiu o responsável. “Nessa situação de insolvência teria de me demitir automaticamente: não faz sentido manter-me, apesar de estar num barco a afundar e de querer resolver a situação”.
