Eleições VSC: duração do contrato de Peseiro é “grave”

O líder do movimento “Novo Vitoria” defendeu, esta quinta-feira, que Júlio Mendes não devia ter assinado com José Peseiro até ao final da época 2018/2019. Em conferência de imprensa para analisar a situação actual do clube, o candidato às eleições para os órgãos sociais reagiu às declarações do vice-presidente, Francisco Príncipe, acerca das finanças da SAD e do clube.

Júlio Vieira de Castro foi ainda questionado sobre o contrato celebrado com José Peseiro, que será de uma época e meia. O candidato considerou que a decisão de Júlio Mendes reflecte desconhecimento dos estatutos do Vitória Sport Clube e é “uma falta de respeito e de ética para com os associados do Vitória e com o Vitória”. 

O candidato da Lista A disse mesmo que, Júlio Mendes devia saber, que, segundo os Estatutos da SAD, compete à Direcção do clube nomear o presidente da SAD. “Ocupa o lugar que ocupa enquanto presidente da SAD porque é presidente do clube. O mandato dele enquanto presidente da SAD termina no momento em que perder este acto eleitoral. A nova Direcção tem o direito de escolher o novo presidente da SAD, por isso o mandato dele termina nessa data. Se não conhece os Estatutos,é uma falha grave”, criticou.

O candidato deixou críticas à decisão de Júlio Mendes, que considera “grave”, “inqualificável do ponto de vista éitco” e que “roça o absurdo”. Júlio Vieira de Castro recordou que “os administradores da SAD, com excepção do que foi nomeado pelo accionista maioritário, ocupam o lugar porque venceram as eleições. Portanto, também esperamos, por uma questão de ética e respeito pelos sócios e clube, que esses três Administradores também se demitam depois da nossa vitória a 25 de Março”.

Júlio Vieira de Castro disse mesmo esperar que não tornem o Vitória e a relação do clube com a SAD “num Belenenses”. “Não aceitaremos, nem toleraremos que transformem o Vitória num Belenenses. O Vitória é uno e indivisível, não há um Vitória clube e um Vitória SAD. Parece-nos patético que alguém se dê ao trabalho de procurar separar as duas coisas, que nasceram da mesma parte. Que as pessoas fiquem bem cientes que nesse aspecto tornaremos uma posição muito mais dura, é uma falta de respeito para com o clube”, sublinhou.

“É preciso quebrar este ciclo vicioso”

Em conferência de imprensa, Júlio Vieira de Castro reiterou que a recuperação financeira levada a cabo pela actual direcção é “um mito”. “E disto não fugiremos até que, por A + B, este assunto sensível seja explicado aos sócios e acionistas através de informação consistente e factual”, disse.  

O candidato quer discutir os números do passivo com a atual direcção, desde que essa discussão seja “baseada em documentos acessíveis a todos e não somente à direção do Vitória Sport Clube”.  De acordo com o mesmo, o passivo do clube baixou entre 30/06/2016 e 30/06/2017 o valor de 907.811 mil euros e que o passivo da SAD aumentou, no mesmo período, no valor de 974.000 mil euros. Sério seria ter feito uma entrevista onde os dados apresentados fossem coincidentes com o Relatório e Contas”.

Júlio Vieira de Castro deixou ainda críticas às tomadas de posição a favor da lista “Contigo Vitória” por parte de figuras políticas da cidade, como é o caso do actual vereador do desporto no município de Guimarães, Ricardo Costa, ou do presidente da Assembleia Municipal de Guimarães, José João Torrinha.  “A política não abre mão do futebol, e vice-versa. De um lado para o outro movem-se interesses alheios àqueles que são os legítimos interesses do Vitória Sport Clube e dos seus associados, e é esta uma das principais razões que explicam que um clube com a expressão social do Vitória ainda não tenha conseguido, em 96 anos de história, dar o salto qualitativo que os seus adeptos tanto anseiam. Este círculo vicioso tem de ser quebrado”,  frisou.

As eleições para os órgãos sociais do Vitoria Sport Clube acontecem a 24 de Março.