Em Famalicão a educação vai além do muro da escola

A Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão foi palco, esta sexta-feira, de uma conferência sobre o papel das cidades educadoras, estatuto que o concelho assume desde 2010.

Precisamente no Dia Internacional das Cidades Educadoras, Marina Ramoneda, secretária-geral da Associação Internacional das Cidades Educadores, esclareceu que as cidades educadoras são abertas, que “as cidades são todas educadoras”, mas quando “tomam consciência desta potencialidade são muito melhores, porque sabem integrar outros agentes educativos que estão no território”.

Quanto ao conceito, a representante explica que ser uma cidade educadora “é ser uma cidade aberta, que trabalha pela sua identidade e está em diálogo com o mundo”. “São cidades magníficas para viver, porque estão em permanente construção. Não são perfeitas, mas são cidades que assumem atitudes que as tornam mais capazes de resolver os problemas da globalização”, acrescentou.

“Famalicão tem dado mostras de que entende que a educação vai além da escola e está a por em prática e prepara-se para ter alguma responsabilidade no movimento nacional ou internacional”, frisou Marina Ramoneda.

Paulo Cunha, presidente da autarquia, afirma que toda a sociedade está envolvida no processo educativo, que vai muito além das paredes da escola realça que tudo o que acontece no dia-a-dia assume uma perspectiva educativa.

“Hoje, não há um espaço nem um tempo, nem nos limitamos a ensinar ou aprender”, começou por afirmar Paulo Cunha. Consciente da importância que tem para o concelho pertencer à rede, o autarca frisa que “os muros da escola foram derrubados”. “Hoje, quando um jovem está a frequentar natação na piscina municipal está a ser educado. Quando uma pessoa com 60 anos está num projecto na Fundação Castro Alves a trabalhar com barro está a ser educado. A educação não se concretiza só aos 10 anos, nem nas escolas do 1.º ciclo. A educação concretiza-se em todos os espaços, actividades e faixas etárias”, apontou.

“Renovar a ideia de cidadedemora décadas, por isso, é preciso começar já”, diz Sampaio 

O ex-Presidente da República, Jorge Sampaio, não pode estar presente mas deixou uma mensagem, onde frisa que as cidades do futuro têm que ser preparadas já. Segundo Sampaio, “toda a gente percebe que o que se aprendeu há 20 anos corre o risco de ser apenas uma base para aprender coisas novas, que são necessárias para a inclusão de todas as ciências e manifestações humanas”.

“Aquilo que é a necessidade de adaptar e renovar a própria ideia de cidade, aquilo que vai ser a organização do trabalho, o novo emprego, a economia digital, tudo aquilo que significa a necessidade de organizar a cidade de uma forma completamente diferente demora décadas, por isso, é preciso começar já, daí a importância desta conferência”, denotou o ex-Presidente da República”.

Isabel Menezes, membro do Conselho Nacional de Educação, o secretário de Estado da Educação, João Costa, e o humorista António Raminhos também participaram na sessão.

Vila Nova de Famalicão aderiu em 2010 à Associação Internacional das Cidades Educadoras (AICE), passando a integrar também a Rede Territorial Portuguesa de Cidades Educadoras, organismos que promovem a troca e partilha de experiências, no âmbito da Educação.

Áudio:

Paulo Cunha, presidente da Câmara de Famlaicão, Marina Ramoneda, secretária-geral da Ass. Internacional das Cidades Educadoras, e Jorge Sampaio, ex- Presidente da Repúblcia, falam da importância das cidades educadoras 

Liliana Oliveira
Liliana Oliveira

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