Emigração. Famalicão prepara regresso da geração preparada

O município de Famalicão já havia anunciado a intenção de fazer regressar os jovens emigrantes que possam ser uma mais-valia para o sector empresarial. Hoje, na Casa do Território, em Famalicão, o presidente da câmara municipal, Paulo Cunha e o presidente da Fundação AEP rubricaram o protocolo no âmbito do projecto Empreender 2020 – Regresso de uma Geração Preparada. A iniciativa está alicerçada em dois objectivos: regresso a casa dos jovens que se viram forçados a emigrar e ajudar a qualificar as empresas da região.

Até porque a mão-de-obra qualificada, segundo o presidente da Fundação AEP, Paulo Nunes de Almeida é uma carência no sector empresarial português. “Não me lembro de uma época em que as empresas do país necessitem tanto de trabalhadores qualificados”, garante. O contacto diário com as indústrias permite-lhe fazer uma avaliação pormenorizada do estado da produção no país. A área mais débil é a tecnológica, desde logo “a engenharia electrónica e as tecnologias de informação e telecomunicação”.

É, para já, difícil estimar quantos jovens podem regressar no âmbito do acordo estabelecido entre as duas entidades. Baseado num inquérito feito aos jovens que estão na diáspora, Paulo Nunes de Almeida garante que são muitos os que pretendem voltar a viver em Portugal. “Estamos a falar de dezenas de milhares que emigraram nos últimos sete oito anos. Cerca de dois terços estão empenhados em regressar”, para criar a sua própria empresa ou para iniciar funções em uma já instalada em Famalicão. Por razões que têm que ver com o salário ou porque simplesmente já criaram as suas vidas longe de Portugal, há quem não pretenda voltar. Mas também para esses, a Fundação AEP e o município de Famalicão estruturam uma forma de Portugal estar mais próximo: “Prevemos fomentar o trabalho em rede. As nossas empresas são pouco exportadoras. Com a presença de jovens qualificados portugueses lá fora, a internacionalização pode ser mais fácil”, considera Paulo Nunes de Almeida.

Ao rivalizar com os salários praticados no estrangeiro, Portugal perde quando comparado com países como França, Suíça, Inglaterra e Bélgica. Apesar dos progressos económicos em Portugal, há outra etapa que tem que avançar. O presidente do município, Paulo Cunha considera necessário melhorar “as condições de trabalho, nomeadamente a massa salarial”. No caso particular de Famalicão, o autarca acredita que as empresas têm hoje um processo produtivo diferente daquele que tiveram no passado”.

Áudio:

Paulo Nunes de Almeida sobre o interesse dos jovens emigrantes em voltar a Portugal

Paulo Costa
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