Estacionamento à superfície vai render mais de meio milhão aos TUB

Em Outubro, a cobrança do estacionamento à superfície passará a ser da responsabilidade dos Transportes Urbanos de Braga (TUB), altura em que por hora passarão a ser cobrados oitenta cêntimos, menos vinte cêntimos do que actualmente.
A proposta de alteração de taxas foi aprovada na reunião de câmara desta segunda-feira. A autarquia admite que o preço cobrado actualmente em Braga é elevado, sublinhando que a cidade se distingue da maioria pelo número acima da média de parques de estacionamento privados com valores muito semelhantes.
Ricardo Rio, presidente da autarquia, explicou que “não se compreende que os lugares públicos sejam mais caros do que os privados” e que por isso “além da revisão de taxas” hoje aprovada, haverá “um novo mapeamento de cobrança” e modelos de pagamento mais práticos e modernos, admitindo a possibilidade de “adoptar uma das plataformas já existentes no mercado”.
Já para os moradores, o valor da avença vai manter-se. Em cima da mesa estão também medidas distintivas para veículos verdes.
As estimativas do município de Braga apontam para “600 a 700 mil euros” de receita arrecadada anualmente pelos Transportes Urbanos de Braga com a cobrança e fiscalização do estacionamento pago à superfície.
Reconhecendo que os valores de incumprimento são “altíssimos” en Braga, o autarca assegura que a fiscalização será reforçada pelos TUB para “regular a mobilidade”. Questionado sobre o trabalho desenvolvido nesta matéria pela Polícia Municipal, Ricardo Rio assume que a Polícia Municipal tem “uma mulitplicidade de responsabilidades” que impede uma fiscalização mais eficaz.
PS defende cobrança de valores diferenciada dependendo da rua
Na oposição, os vereadores socialistas consideram essencial a cobrança de valores diferenciada dependendo da distância para o centro da cidade. Artur Feio sugere “anéis de taxação”, medida que constava no programa eleitoral dos socialistas nas autárquicas de 2017. O vereador defende valores cobrados mais reduzidos nas ruas mais distantes do centro e que seriam mais apetecíveis para quem trabalha no centro, deixando as ruas mais centrais para os estacionamentos rotativos. “Propomos que se criem estes anéis para que nos mais afastados esta taxa seja de menor valor permitindo um desafogar de todo o centro histórico”, além de que quem faz estacionamentos de longa duração “possa ter uma poupança efectiva”, referiu.
CDU considera que se está a “colocar o carro à frente dos bois”
Carlos Almeida, vereador da CDU, considera que é melhor proceder com “calma” e “cuidado” para evitar mais problemas na cobrança do estacionamento à superfície na cidade de Braga.
Dando nota de que “ainda há espaço para ajustes” e avisando que se há estudos, a CDU quer conhecê-los, Carlos Almeida disse “estranhar” que na realidade se esteja neste momento a votar uma proposta do conselho de administração da TUB, quando a responsabilidade da cobrança ainda está na alçada da Polícia Municipal.
