Estudo de opinião para Europeias dá vitória ao PS em Braga

O PS poderá estar na vanguarda da intenção de voto para as eleições Europeias, no distrito de Braga. É esta a indicação de um estudo desenvolvido por um grupo de alunos de Ciência Política e Administração Pública da UMinho com o objectivo de passar da teoria à prática na unidade curricular ‘Sondagens e estudos de opinião’. A margem do PS para o PSD não é significativa.

Mafalda Alheia e Rúben Costa, estudantes da UMinho envolvidos no estudo que contou com participantes dos 14 concelhos, dão conta da intenção de voto dos eleitores do distrito, se as eleições se tivessem realizado entre o dia 29 de Abril e o dia 5 de Maio: “Em Braga (distrito), a conclusão dos dados aponta que o partido que mais votos ia conseguir obter era o PS, com uma previsão de 38,01%. Depois, o PSD com 32,94%. O BE conseguiu na nossa sondagem 7,01%, que vai alinhando com sondagens a nível nacional, e o CDS conta com 4,87% de votos”. Nota ainda para a previsão de resultados da CDU, que, segundo o estudo, deverá rondar os 4,09%. Segundo os inquéritos realizados por estes estudantes, o Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses atingiu 1,36%; o PAN 4,67%; Partido Nacional Renovador 0,77%; Nós Cidadãos 0,77%; Partido Trabalhista Português 0,38%; Iniciativa Liberal 0,77%; Livre 0,97%.

Entre os menos votados estão o Movimento Alternativo Socialista (0,19%), o Partido Unido dos Reformados e Pensionistas (0,19%) e Partido Democrático Republicano (0,38%).

Apesar de os números dizerem respeito ao distrito, os estudantes da UMinho traçaram tendências entre os concelhos do quadrilátero . “Em Guimarães nota-se uma predominância do PS. Famalicão tem um acentuar do PSD, em Barcelos há um ligeiro domínio do PSD, mas a diferença não é substantiva. Em Braga, há um ligeiro equilíbrio entre PSD e PS, com o aumento de outros partidos”, referem.

A percentagem de votos brancos ronda os 8,77% e nulos 1,22%.

Abstenção apontada no estudo para os 34% em Braga

A abstenção continua a ser uma potencial vencedora. Desde 2004 que o número tem vindo a crescer, passando de cerca de 58% em 2004 para 63% em 2014. Em 2019 a previsão aponta para os “34% no distrito de Braga”.

Mafalda Alheia, uma das estudantes que foi para o terreno, denota que entre os jovens há equilíbrio entre os que têm conhecimento e os que não se interessam por este acto eleitoral. “Alguns têm um bocadinho de noção que ia haver eleições e do que é a UE. Uma outra metade não fazia ideia e não ia votar”, comentou a estudante.

Mafalda garante ainda que “há pouca informação em relação às eleições europeias e isso nota-se nas respostas das pessoas”. “Acaba por ser determinante na abstenção, porque as pessoas se não sabem bem o que é e como funciona acabam por achar que não tem importância participar”, acrescentou.

Os estudantes da UMinho quiseram ainda saber a opinião dos eleitores sobre a adesão de Portugal à União Europeia. Em Braga, uma grande parte vê vantagens nesta integração. “Cerca de 45% da população do distrito de Braga considera que Portugal teve mais vantagens do que desvantagens, 36% diz que Portugal acabou por ganhar muito em desenvolvimento e qualidade de vida com a adesão, 10% diz que Portugal perdeu com a UE e 2% afirma que o país perdeu muito com a UE”, adiantou Mafalda Alheia.

Rúben Costa adianta ainda outras conclusões do estudo: “No distrito de Braga há um certo enquadramento com o que se passa no panorama nacional, com os partidos do arco da governação a sobressaírem”. O estudante aponta ainda “alguns dados interessantes relativamente a partidos que estão a emergir, por exemplo o Aliança, que atingiu 1,16%, valor que se enquadra com o que tem sido divulgado por outras sondagens, e a coligação BASTA, que atingiu 1,36%, número idêntico à Aliança”. “São dados surpreendentes porque a partir deles dá para tentar analisar aquilo que tem sido a evolução dos próprios partidos em Portugal e o próprio afunilamento das pessoas em relação a essas ideias”, acrescentou Rúben Costa.

“Só metade da população conhece algum candidato a deputado europeu”

De um universo de 783.921 eleitores nos 14 concelhos do distrito, a amostra inclui a resposta de 658 inquéritos, com uma margem de erro de 3,81%.

Os estudantes concluíram ainda que “só metade da população conhece algum candidato a deputado europeu, 57% das pessoas considera a União Europeia muito importante e 8% pouco ou nada importante”.

Analisando os três últimos actos eleitorais para a Europa, ou seja 2004, 2009 e 2014, o PS tem vindo a conquistar mais votos no distrito. Em 2004, conseguiu, em Braga, 46,19%, desceu para os 28,67% em 2009,« e voltou a subir em 2014 para os 32,57%, sendo que estas estimativas apontam uma nova subida para os cerca de 38%, este ano.

Já o PSD tem vindo a perder votos no distrito. Passando de 38,5% em 2004, para 36,17% em 2009 e 34,53% em 2014. Este ano, poderão conquistar cerca de 32%.

Se as eleições se realizassem entre o dia 29 de Abril e 5 de Maio, segundo este estudo realizado cara a cara com eleitores dos 14 concelhos do distrito de Braga, em Braga, ganhava o PS. 

NOTA. Este é um estudo de âmbito académico realizado por estudantes da Universidade do Minho dos cursos de Ciência Política e Administração Pública.

A sondagem foi sugerida e coordenada pelos docentes Sandrina Antunes e Custódio Oliveira.

PARTICIPANTES NESTE ESTUDO

Sandrina Antunes e Custódio Oliveira (docentes); Pedro Henrique, Rúben Costa e

Mafalda Cruz /alunos com funções de Direção); Leandro Rafael, Lídia Viera e Ana Catarina Pais (alunos com funções

de supervisão); Ana Sofia Teixeira, Anabela Alves, Ângela Alves, Bárbara Gonçalves, Carla Gonçalves, Cecília Coelha

da Silva, Estela Sá, Henrique Fraga Palumbo, Iara Gonçalves, Joana Vilaça, João Carlos Correia, Leonardo Costa, Luís

Sá, Maria Inês Soares, Mariana Castro, Nélson Ventura, Rita Barros Gomes, Sandra Isabel Costa, Silvestre Machado

(alunos de Ciência Política); Ana Catarina Esteves, Ana Paula Castro, Armando Manuel Leal, Carla Leal, Célio Mota,

Cíntia Alves, Cláudia Cardoso, Daniel Filipe Sousa, Inês Cunha, João Paulo Gomes, Luís Miguel Alves, Marcelo Silva

(Alunos de Administração Pública).