Eurodeputados elogiam gestão da UMinho com fundos europeus

Pela primeira vez, uma delegação de nove eurodeputados da Comissão do Desenvolvimento Regional do Parlamento Europeu (PE), deslocou-se ao norte do país para conhecer projectos que receberam apoios comunitários, assim como para perceber quais as necessidades da região. A comitiva esteve esta quinta-feira no concelho de Braga. Passou pela Bosch, pelo INL, reuniu com o presidente do município de Braga, diferentes técnicos e agentes e passou ainda pela reitoria da Universidade do Minho. 

Aos jornalistas, o eurodeputado José Manuel Fernandes classificou o contributo da UMinho como “impressionante” no que toca à aplicação dos fundos comunitários europeus. Aos olhos do eurodeputado, a academia minhota tem reforçado “a competitividade da região”, conta com um “importantíssimo contributo na economia” e na formação dos jovens, para além de demonstrar uma “taxa de sucesso e aprovação de programas à escala da União Europeia, como o Horizonte 2020, ao nível dos melhores”.

Recorde-se que 85% do investimento público em Portugal teve origem nos fundos europeus, facto que os eurodeputados classificam como “uma grande vitória” para o país e para a região norte. Para José Manuel Fernandes, o distrito de Braga e a academia minhota, têm capacidade para crescer ainda mais. E é nesta medida que o eurodeputado acusa o Governo de António Costa de estar a preparar uma “estratégia habilidosa” que pode afectar as regiões em benefício de Lisboa.

“O governo prepara-se para reduzir os envelopes dos programas operacionais regionais e transferir as verbas destinadas a este território para a zona mais rica de Portugal”, declara. Um alerta que para o vice-reitor para a Investigação e Inovação, Rui Reis, não é uma novidade, uma vez que, diz, “em todos os governos existe um desvio de fundos inaceitável” para a capital quando os mesmos deveriam ser utilizados para a coesão territorial.

UMinho e a região fazem uma boa gestão dos fundos europeus

Também o líder da delegação, Lambert Van Nistelrooij, felicita a região e a Universidade do Minho pela boa gestão dos fundos europeus. Em balanço da sua visita, o deputado holandês reconheceu que os fundos europeus são “essenciais”. No seio da UE, países como a Alemanha e a Holanda têm defendido que os fundos europeus não têm resultados, logo os orçamentos de 2020-2027 não devem contar com investimentos desta natureza.

“Por cada euro que Alemanha e Holanda investem têm retorno de dois”

Visão diferente tem Van Nistelrooij, que depois da visita ao norte de Portugal comprovou que os fundos “têm feito a diferença e funcionam”. O eurodeputado vai mais longe e afirma que “por cada euro que a Alemanha e a Holanda investem, têm um retorno de dois euros”. No entanto, o eurodeputado sublinha que esse conhecimento deve ser partilhado com o resto da Europa, em especial com países como a Grécia e regiões da Roménia. Para além de frisar que Portugal necessita de comunicar mais as suas conquistas para que os cidadãos conheçam o grande contributo em especial da região norte para o crescimento económico do país.

“UMinho está em linha com objectivos da União Europeia no que toca à investigação”

A eurodeputada Liliana Rodrigues preferiu destacar o facto da UMinho estar “em linha com os objectivos da União Europeia” no que toca à investigação. 

Recorde-se que a Universidade do Minho está a desenvolver diversos projectos nas áreas espacial, dos mares e oceanos, ambiente, sustentabilidade, artes e ciências sociais, que “tendencialmente são esquecidas”.

Já o eurodeputado, Miguel Viegas, acrescentou que esta foi uma visita “positiva” que demonstra o que Portugal é “capaz de fazer” através das suas “extraordinárias instituições”. Miguel Viegas destacou também a necessidade de “regionalizar o orçamento de coesão”.

Esta sexta-feira, 1 de Março, a comitiva de nove eurodeputados passa pelas fábricas de perfumes NORTEMPRESA e SATINSKIN Têxteis.

Novas propostas para os fundos 2021-2027

José Manuel Fernandes anunciou ainda que ficou aprovado no Parlamento Europeu uma proposta para fundos 2021-2027 onde segundo o eurodeputado não haverá cortes na política de coesão e na política de agricultura comum.

Os eurodeputados propuseram o triplo das verbas para o programas Erasmus e está previsto que o Horizonte 2020 seja multiplicado por um e meio. 

Está previsto ainda o investimento de 6 mil milhões de euros num novo projecto ligado à garantia jovem para a criança. E, por último, o reforço dos programas para as pequenas e médias empresas.