Europeias. MAS quer uma “Europa sem muros”

O MAS – Movimento Alternativa Socialista – apresenta-se às eleições europeias com vontade “de dar voz aos trabalhadores” numa “Europa sem muros”. A RUM conversou com o cabeça-de-lista Vasco Santos, que explicou a vontade do partido em “construir uma Europa sem muros, sem austeridade, solidária com os povos que fogem da guerra, da fome e da miséria total”.

O MAS é um partido recente mas a sua história remonta ao tempo do Ruptura/FER, uma coligação entre o movimento estudantil Ruptura e a Frente de Esquerda Revolucionária, um antigo partido político português de índole comunista. O Ruptura/FER foi depois um dos movimentos integrantes do Bloco de Esquerda mas em 2011 abandonou o BE e constituiu-se, em 2013, como o partido Movimento Alternativa Socialista.

Para as eleições europeias, o MAS apresenta Vasco Santos como cabeça-de-lista. Com 46 anos e natural de Barcelos, Vasco Santos trabalha como assistente operacional no Hospital de Barcelos há 25 anos e recebe pouco mais do que o salário mínimo nacional. A sua actividade e o seu salário são, segundo o próprio, razões fortes para ser o cabeça-de-lista do MAS.

“Não é por acaso que o partido do qual eu faço parte escolheu um trabalhador que tem um salário mínimo, que trabalha há 25 anos para o estado, alguém que tem características próprias. Queremos dar voz aos trabalhadores”.

O MAS assenta o seu programa eleitoral em quatro pilares: a conquista de direitos para os trabalhadores, o combate às opressões, a defesa do direito dos migrantes e a questão ambiental. A principal proposta é a criação de um salário mínimo europeu de 900 euros, uma ideia que dará lugar, defende Vasco Santos, “a uma Europa dos povos em vez de uma Europa do capital”.

O MAS é um dos 17 partidos concorrentes às eleições europeias, num quadro que integra várias forças políticas com ideais à esquerda. Vasco Santos admite que o Movimento Alternativa Socialista apresenta propostas “parecidas” de partidos como o BE, PCP ou PAN mas salvaguarda que as três forças políticas com assento parlamentar “são inconsequentes” nas críticas, por aprovarem sucessivos Orçamentos do Estado. O MAS, garante, “diz e faz”.

“Iremos lutar pelas propostas que temos, iremos defendê-las até ao fim. O nosso objectivo é ser uma voz daqueles que não têm tido voz”.

Vasco Santos espera que “os portugueses ouçam” as propostas do MAS

O MAS apresenta-se nas eleições europeias pela segunda vez consecutiva. Em 2014, com Gil Garcia, alcançou um resultado de 0,38%, correspondente a 12 442 votos, insuficientes para eleger qualquer deputado. Este ano, Vasco Santos rejeita avançar com qualquer número e estabelece que o objectivo do MAS é que o eleitorado conheça as propostas do partido.

“Espero que os portugueses ouçam as nossas propostas, confiem e desconfiam nelas, porque queremos as pessoas interventivas. Em relação a expectativas: espero que as pessoas nos ouçam; a nossa intenção é representá-las”, assinala.

As Eleições Europeias decorrem entre 23 e 26 de maio, consoante o Estado-membro. Em Portugal estão marcadas para dia 26 de maio (Domingo).