Extrema direita cresce na Europa através das redes sociais

O populismo está a crescer na Europa e é através das redes sociais que a extrema direita procura chegar a novos simpatizantes. O alerta é de Sergio Denicoli, investigador da Universidade do Minho (UMinho) e detentor da AP Exata, uma Agência de Inteligência em Comunicação Digital que se prepara agora para acompanhar as eleições europeias agendadas para 2019, depois de ter feito o mesmo no Brasil.
Na noite desta terça-feira, em entrevista ao programa Campus Verbal, Sergio Denicoli alertou que em muitos países da Europa são cada vez mais evidentes os sinais de crescimento da extrema direita. A agência começou esta semana a recolher os dados das manifestações em França. A ideia passa por “observar se há acção de fake news e perfis de interferência e como é que as pessoas estão a sentir aquelas manifestações”. Segundo o investigador, nestas manifestações “não há uma liderança evidente, há uma classe média indignada”. Sinais “muito semelhantes ao início das manifestações em 2013 no Brasil”, acrescentou.
A AP Exata está já a preparar a estrutura para analisar em tempo real as eleições europeias de 2019.
O investigador da UMinho refere que a extrema direita, sem espaço nos media, está a apostar fortemente nas redes sociais. “As pessoas começam a aderir, de certa forma, às ideias da direita, que não tinham espaço nos media, e estão a conseguir romper isso nas redes sociais”. Com uma análise em tempo real, a equipa que trabalha com dados de redes “quer entender melhor como funciona a cabeça dos utilizadores”, explicou.
Áudio:
Investigador da UMinho ontem durante a entrevista ao programa Campus Verbal, na RUM
