Famalicão baptiza “Árvore do Nobel” plantada por Saramago

Desde a manhã desta quinta-feira que há, em Vila Nova de Famalicão, mais um ponto turístico. O concelho despertou para o Dia Mundial da Árvore e da Poesia, numa simbiose entre uma árvore e José Saramago. 

O Nobel da Literatura esteve, há 20 anos, precisamente em Vila Nova de Famalicão e por lá deixou uma marca, plantando uma árvore, hoje baptizada pelo presidente da autarquia, Paulo Cunha, e pelo presidente da Associação dar as Mãos, Agostinho Fernandes, como “Árvore do Nobel”. 

O escritor, filho e neto de camponeses, mostrou, em Famalicão, os ensinamentos do “avô Jerónimo e da avó Josefa, que o ensinaram a plantar, e esse acto está no livro de pequenas memórias dele”, adiantou Agostinho Fernandes.

O jardim dos Paços do Concelho ganham assim um novo sentido. Para o antigo presidente da autarquia, “não é qualquer terra que pode ostentar uma árvore como esta”. “A partir de hoje é um ponto turístico, que toda a gente vai querer visitar, sobretudo em Abril e Maio que está carregada de flores”, acrescentou Agositnho Fernandes. 

Vila Nova de Famalicão deu as boas vindas à primavera de forma singular. Além da árvore de Saramago, foi consagrado o carvalho sexagenário, plantando no jardim público localizado a norte do edifício municipal. Paulo Cunha e Agostinho Fernandes quiseram ainda dar o exemplo e plantaram, no jardim frontal à Câmara Municipal, uma romazeira, que agora dá as boas-vindas a quem visita os Paços do Concelho

Mas nem só de Primavera se falou esta manhã em Famalicão. Às celebrações do Dia Mundial da Árvore juntaram-se as da Poesia. Alguns alunos do concelho declamaram poesia. Os poemas vão, de resto, “invadir a cidade”, através do projecto da Dar as Mãos, passando pelo “Parque da Devesa, Parque de Sinçães, 1.º de Maio,  Estação, Hospital, Câmara Municipal ou parque D. Maria II”, explicou o presidente da Associação. 



“Serão 54 poetas e entretanto, em Junho, vai sair uma antologia, que reunirá todos os poemas expostos aqui por poetas famalicenses, nacionais e internacionais”, acrescentou. 

As escolas do concelho também vão celebrar a poesia, “desencadeando visitas, vão fazer desenhos, concursos e jogos”. “Vão-se envolver muito com toda a dinâmica, por forma a que durante o ano tudo se converta em saber  e ler mais, sobretudo poesia”, apelou Agostinho Fernandes. 


Paulo Cunha frisa que em Famalicão as efemérides são celebradas com mais “profundidade”. “Quando assinalamos uma efeméride, às vezes damos connosco em caminhos comuns, num simples declamar um poema ou plantar uma árvore. Também o fizemos, mas fomos mais longe. O que aconteceu é muito mais do que isso, fomos mais longe”, asseverou o autarca, que considera terem-se criado “condições de perenidade do evento”. 

“Sempre que se assinala uma efeméride é preciso aprofundá-la, para que tenha um enquadramento social mais ajustado e não de uma forma superficial como muitas vezes acontece”, finalizou.


A celebrar 25 anos, a Associação Dar as Mãos vai levar a poesia a diferentes espaços do concelho através do projecto “A poesia invade a cidade”, vencedor da edição deste ano do concurso “Programar em Rede”.

Áudio:

Agostinho Fernandes, presidente da Dar as Mãos, e Paulo Cunha, presidente da autarquia, a propósito do Dia Mundial da Árvore e da Poesia

Liliana Oliveira
Liliana Oliveira

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