Famalicão é capital do cinema de 12 a 19 de Outubro

De 12 a 19 de Outubro, a Casa das Artes promove a 4.ª edição do Close-Up – Observatório de Cinema que vai levar, a miúdos e graúdos, mais de 40 sessões. Há oito rúbricas, entre elas as sessões dedicadas às famílias, com destaque para a versão animada do Rei Leão e o Toy Story 4. Para os mais crescidos, será exibido, entre muitos outros, o último filme Tarantino, “Era uma vez em Hollywood”.

O programa do Close-Up foi apresentado, esta sexta-feira, na Casa das Artes, e o objectivo é aliar a produção cinematográfica contemporanea à história do cinema.

Vitor Ribeiro, do cineclube de Joane, destaca o ciclo de cinema francês, com a exibição de filmes de Jean-Luc Godard, entre outros “O Acossado” e “Pedro, o louco”, e de Agnès Varda, que faleceu este ano, será, por exemplo, exibido  “Duas horas na vida de uma mulher”.

“Destacaria o ciclo de cinema francês, são filmes muito interessantes e as pessoas vão ter uma surpresa com alguns deles. O mais recente filme ‘O livro de imagem’ de Jean-Luc Godard e ‘Varda por Agnès’, de Agnès Varda, o seu filme de despedida”, adiantou Vítor Ribeiro.

Destaque ainda para os filmes concerto, que trazem à Casa das Artes a Orquestra Jazz de Matosinhos e os Mão Morta. No primeiro caso, a Orquestra vai dar música ao filme “O Couraçado Potemkine”, de Serguei Eisenstein, já os Mão Morta interpretam musicalmente “A casa na praça Trubnaia”, de Boris Barnet.

“É um jogo interessante esse dos filmes concerto, porque é uma criação, já que em muitos casos estamos a falar de cinema mudo, que, para grande parte do público, não é atractivo. No entanto, se juntarmos a Orquestra de Jazz de Matoisnhos provavelmente vamos cativar. Para a maioria das pessoas é surpreeendente”, explicou o director do cineclube de Joane.

Close-Up pode tornar-se festival no próximo ano

Em 2020, o Close-Up completa a sua 5.ª edição, momento em que o observatório poderá “subir mais um degrau neste processo de crescimento” e passar a ser um festival.

“O Close-Up rapidamente atingiu um nível de reconhecimento e notoriedade ao ponto de ser convidado a contribuir com o nome para a realização de um conjunto de eventos ligados ao cinema. Havendo o reconhecimento das pessoas de cá, da região, nacional e dos própios pares dá-nos

alento para, eventualmente, criar dois níveis de prémio, na edição do próximo ano, que será a 5.ª”, explicou Álvara Santos, director da Casa das Artes.

Com o intuito de “voltar a colocar o cinema no centro”, as sessões “são comentadas” por diferentes personalidades da área. João Canijo vai comentar, por exemplo, o seu filme “Fantasia Lusitana”, já “Fim de Semana no ascensor, de Louis Malle, vai merecer o comentário de Filipe Raposo.

O Close Up conta ainda com sessões para as escolas. Presenta na sessão de apresentação da programação, Leonel Rocha, vereador da Cultura e da Educação na Cãmara Municipal de Famalicão, considera que o evento “tem tido esta preocupação pedagógica de ensinar o público sobre o que é o cinema, a gostar de cinema e a perceber que o cinema não é apenas uma exibição recreativa mas cultural e formativa. Esta ligação às escolas vem na perspectiva de formar os públicos para a componente artística e cultural, também através de projectos como o Plano Nacional de Cinema, que está em todas as escolas com a ligação à Casa das Artes e ao Cineclube de Joane”, afirmou o autarca.

O Close UP realiza-se de 12 a 19 de Outubro. Os bilhetes custam dois euros para o público em geral e um euro para quem tem cartão quadrilátero, estudantes, seniores e associados de cineclubes. Já os filmes concerto custam seis euros, metade para quem tem cartão. São esperadas “cerca de seis mil espectadores”, na 4.ª edição.