Famalicão relembrou heróis da Batalha de La Lys

Dezenas de pessoas reuniram-se esta tarde de segunda-feira junto ao monumento “Aos mortos da grande guerra”, em Famalicão para recordar os cerca de 500 combatentes famalicenses que participaram na Batalha de La Lys que ocorreu a 9 de Abril de 1918, durante a Primeira Guerra Mundial.

O vereador da cultura, Leonel Rocha começou por deixar uma palavra para os combatentes famalicenses que perderam a vida em La Lys. “Não podemos esquecer aqueles que sacrificaram a sua vida por um apelo da pátria. Souberam responder e defender com dignidade a nossa bandeira, e por outro lado, mostrar gratidão por aqueles que deram a sua vida para gratificar Portugal. Tivémos um número muito elevado de combatentes e não quisémos deixar passar em branco esta data”, começou por referir o vereador.

Depois do descerramento de uma lápide comemorativa no monumento “Aos mortos da grande guerra”, seguiu-se a inauguração da exposição “A I Grande Guerra e a sua repercussão em Vila Nova de Famalicão”, no Museu Bernardino Machado. Amadeu Gonçalves, coordenador da exposição, referiu que a exposição está organizada em sete painéis, “para além da declaração de guerra, intervenção na guerra, fotos, textos inéditos, fardas, a bandeira utilizada e a apresentação do “Dicionário dos expedicionários famalicenses”, enumera os nomes dos combatentes da terra.

José Ferreira, é neto de dois combatentes (José Gomes Pereira, autor do diário, e Daniel da Costa Ferreira) que estiveram na Batalha de La Lys e emprestou à exposição do museu um diário que descreve pelos olhos de um combatente o que foi a guerra. “Escreveu todas as passagens pela França. Uma descrição muito real e garante que os portugueses não desistiram da guerra, só quando os alemães estavam nas costas deles. Aí foi o salve-se quem puder”, contou o descendente dos combatentes. Orgulhoso, diz que emprestou este diário porque “a cultura é de todos”.