Galamba sobre exploração de lítio: “É normal que haja medo”

João Galamba compreende as críticas de algumas populações quanto à exploração de lítio em Portugal. O secretário de Estado da Energia marcou presença, esta manhã, no Laboratório Iberico Internacional de Nanotecnologia (INL), a propósito da cimeira Battery 2030. A cimeira pretende, durante o dia de hoje, explicar o potencial do lítio no desenvolvimento das baterias sustentáveis e autónomas.


A procura mundial pelo lítio, usado na produção de baterias para automóveis e placas utilizadas no fabrico de eletrodomésticos, está a aumentar e Portugal é reconhecido como um dos países com reservas suficientes para uma exploração comercial economicamente viável. Apesar disso, a exploração do recurso tem motivado críticas da população: nas passadas eleições europeias, habitantes de uma freguesia em Montalegre recusaram-se até a votar como forma de protesto a uma futura instalação de uma mina de lítio a céu aberto.

Ora, o secretário de Estado da Energia considera que é “normal que as pessoas desconfiem e tenham medo”. Galamba esclarece que o papel do Governo passa “por criar as condições necessárias para minimizar os riscos”.

A redução do risco, assinala, estabelece-se a partir “do reforço significativo do controlo ambiental: no final da prospecção e pesquisa, a respectiva empresa responsável tem de recuperar, ambiental e paisagisticamente, o local onde efectou essa pesquisa”. 

Populações serão ressarcidas

Depois da prospecção e pesquisa – que demorará, segundo o secretário de estado, 5 anos – “só a declaração de impacto ambiental” permite “a exploração mineira”. “A mina pode depois ocorrer ou não; se for autorizada, é preciso definir as condições em que a exploração ocorre, e ainda as medidas compensatórias para o território e populações”. João Galamba reforça que tudo isso é ainda hipótetico: “neste momento, estamos a perceber se o recurso existe, em que quantidade e se essa quantidade justifica uma futura exploração”.

Pode o lítio ser o petróleo português?

Portugal é um dos países europeus com maiores reservas de lítio. Assim, a questão impõe-se: pode o lítio ser o petróleo do país? O secretário de estado responde: “não vemos o lítio como uma matéria prima desligada de todo um sector; não temos um projecto mineiro, temos sim um projecto de investigação e desenvolvimento industrial que precisa da componente mineira para colocar Portugal na liderança desta área”. 


João Galamba refere que o Governo “quer posicionar Portugal líder na área”, assinalando que o país “tem algo que os outros países da Europa não têm: o recurso, que dá uma vantagem muito grande”.


O secretário de Estado da Energia revelou também que o concurso para a prospecção de lítio em Portugal vai arrancar em Junho – quando estava previsto para este mês – e justificou o atraso com “a elaboração no caderno de encargos”.

Áudio:

João Galamba ressalva que qualquer exploração de lítio tem a salvaguarda “de estudos de impacto ambiental”

Pedro Magalhães
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