GFUM promove Festival para preservar memória das tradições

Tradição, folclore e memória. Estão reunidos os ingredientes para a 1.ª edição do Memória – Festival Universitário de Artes e Tradições, promovido pelo Grupo Folclórico da Universidade do Minho.

Através de concertos, exposições, um festival folclórico e muitos convidados o grupo leva ao Largo do Paço e ao centro histórico, entre 31 de Maio e 2 de Junho, as tradições e memórias do Minho. A apresentação do programa decorreu esta sexta-feira, no Largo do Paço. 

André Marcos, presidente da Associação Recreativa e Cultural Universitária do Minho, onde se inserem o Grupo Folclórico, quer que a iniciativa “se enraíze e dê muitos frutos ao longo dos anos”. “O Largo do Paço pareceu-nos uma escolha óbvia por ser o coração da UMinho e para trazemos ao centro histórico as memórias, para que as pessoas levem daqui memórias também”, acrescentou.

A grande aposta prende-se com o Gabinete “Memoriza”, que, durante os três dias, vai estar na Nova Galeria do Largo do Paço, para recolher as memórias de todos aqueles que por lá passem.

“Vamos filmar e registar em áudio. O que procuramos, essencialmente, são cantigas, lengalengas e descrição dos modos de vida. É com base nisso que nós, enquanto grupo folclórico, podemos recriar um bocadinho melhor a representação que fazemos”, detalhou.

O gabinete vai estar aberto no dia 31 de Maio a partir das 21h, no sábado à tarde e à noite, e domingo durante a tarde. As memórias ali registadas vão, depois, ficar sob “a alçada da universidade, para que os alunos possam usar para projectos futuros”.

Domingo há desfile e festival folclórico

O festival arranca na sexta-feira, às 21 horas, com a inauguração da exposição pelo trajar do baixo Minho, que “vai contar com peças de um coleccionador privado de Vila Verde, que tem uma vasta coleção que vai sair pela primeira vez à rua”, contou André Marcos. Pelas 22 horas, actua o grupo Origem Tradicional.

No sábado, dia 1 de Junho, a iniciativa associa-se aos mais pequenos. Às 17 horas, decorre um pequeno percurso etnográfico. “A ideia é que os meninos possam vir ao Paço e conheçam alguns pontos do centro histórico e em cada ponto vão ter uma apresentação etnográfica”, explicou o representante. Pelas 21h30 actua Maria Quê e, uma hora depois, os Gaiteiros de Lisboa.

Já no domingo, o dia é inteiramente dedicado ao folclore, com um desfile, pelas 16 horas, e o festival, às 16h30, que trará a Braga 3 grupos, além do grupo organizador: Grupo Académico de Danças Ribatejanas, de Santarém, Grupo Regional de Moreira da Maia, “um dos cinco grupos mais antigos do país, e o Grupo Folclórico das Lavradeiras da Meadela, de Viana do Castelo, “que é um ex-líbris do folclore do Alto Minho”.

Festival “prova interesse” da comunidade na arte tradicional

Manuela Martins, Vice-reitor da Cultura e Sociedade da UMinho, considera que “o evento

constitui uma prova do interesse que a arte tradicional, de trajar, dançare cantar, continua a granjear por parte da comunidade”.

Sendo esta “uma arte que faz parte da cultura regional e nacional”, diz a vice-reitora, “merece todo o apoio”.

“É de louvar a preocupação do Grupo Folclórico da Universidade de continuar a recolher, preservar e divulgar a música e dança tradicionais do baixo Minho, a que acresce a preocupação em registar as memórias associadas ao modo de vida e as experiências pessoais dos participantes”, acrescentou.

A Câmara Municipal de Braga também se associa ao evento, através do Gabinete do Idoso para que “através das juntas de freguesia e dos lares as pessoas idosas possam estar nestes dias”, explicou

Cristina Palhares, representante da autarquia.

“Nesta nossa parceria espero ter alguns representantes de dois grupos que funcionam nesta preservação das memórias e das histórias: O Café Memória, para pessoas com alzheimer, e o Chá com Histórias, para todas as outras demências”, acrescentou.