Guimarães calcula peso do seu estilo de vida no Planeta

Guimarães é o primeiro município português a implementar uma calculadora da pegada ecológica. A iniciativa foi apresentada esta manhã, no Laboratório da Paisagem, e resulta de uma parceria estratégica entre a ZERO – Associação Sistema Terrestre Saudável, a Global Footprint Network e a Universidade de Aveiro. Um caminho pioneiro que a cidade berço está a traçar em Portugal, uma vez que esta ferramenta já é utilizada por cerca de 2 milhões de utilizadores em seis línguas distintas a que se junta, agora, o português.
Promover a educação ambiental, sensibilizar e consciencializar a população são as bases do projecto. “Que género de aquecimento utilizamos nas nossas casas? Quais os meios de transporte mais utilizados no dia-a-dia? Quantas vezes comemos carne e peixe?” são algumas das perguntas feitas por esta calculadora. Sara Moreno Pires, da Universidade de Aveiro, explica que através destas questões é possível “perceber e comparar o impacto do estilo de vida de cada um com a média de comportamentos do concelho de Guimarães”.
Através deste “teste” a responsável espera conseguir “perceber padrões e comportamentos” assim como associar à tipologia de população, ou seja, se está mais ou menos educada para as questões ambientais. Para “Calcular a Pegada Ecológica” basta aceder aqui ao site da Câmara Municipal de Guimarães.
De acordo com os dados recolhidos em 2016, na cidade de Guimarães, o consumo de proteína animal era responsável por mais de “60% da pegada ecológica”, um valor bastante superior ao originado pelos transportes. Segundo estes dados seriam necessários 2,2 planetas Terra.
Sara Pires adianta que a autarquia deve actuar, principalmente, em situações críticas como “energia, transportes, serviços públicos e consumo de água” fomentando a redução do desperdício alimentar nas cantinas públicas e promovendo a mobilidade em bicicleta, sugere.
Uma mensagem que foi sublinhada pelo vereador com o pelouro do Urbanismo na Câmara Municipal de Guimarães, Seara de Sá, que declarou que estes são tempos de “mudanças estruturais” que apenas são possíveis através de “cálculos pessoais para que desta forma cada um entenda “qual o peso do seu estilo de vida para o planeta Terra”.
Áudio:
Palavras de Sara Moreno Pires, da Universidade de Aveiro e atrás do vereador com o pelouro do Urbanismo, Seara de Sá.
