Guimarães: Coligação acusa autarquia de “assédio moral”

Esta manhã em reunião de câmara, o vereador sem pelouro da coligação Juntos por Guimarães Bruno Fernandes acusou a autarquia de fazer assédio moral junto dos presidentes das juntas de freguesia do concelho para mudarem a cor política.
As declarações do opositor vieram na sequência da discussão do ponto da ordem de trabalhos da reunião relacionado com o Estatuto do Direito de Oposição, que está descrito como um estatuto que “pretende assegurar o funcionamento democrático dos órgãos eleitos, garantindo às minorias o direito de constituir e exercer uma oposição democrática das autarquias locais“.
Bruno Fernandes deu o exemplo de Patrício Araújo, presidente da União de Freguesias de Atães e Rendufe, que até 2017 era do PSD e passou a ser, antes das autárquicas desse ano, do PS. O social-democrata começou por questionar sobre quantos presidentes de junta, ao longo de 30 anos, foram eleitos nas listas da oposição e depois foram eleitos e candidatos pelas listas do Partido Socialista. Depois, exemplicou: “trouxe um exemplo de um presidente de Junta que assumiu publicamente que havia esse assédio, essa tentativa de mostrar que estando deste lado beneficiaria muito mais”. Entretanto, em declarações ao site MaisGuimarães, Patrício Araújo já negou ter sofrido de assédio moral pela parte do PS.
Na resposta, o presidente da Câmara de Guimarães Domingos Bragança manifestou mal-estar quanto à expressão “assédio moral” utilizada por Bruno Fernandes e diz que o termo é um atentado à “dignidade do que se quer em reuniões de câmara”. O autarca foi taxativo quanto à acusação: “na câmara não existe assédio moral”.
Bruno Fernandes dá exemplo das freguesias de Ponte e Atães e Rendufe
Confrontando sobre se tem conhecimento de diferenças nas atribuições de subsídios para presidentes de junta do PS e do PSD, Bruno Fernandes deu os exemplos das freguesias de Ponte e Atães e Rendufe, que até 2017 eram lideradas pelos sociais-democratas e agora são do domínio socialista, e deixou no ar que há diferenças substanciais nos orçamentos para ambas.
Domingos Bragança refutou as acusações e socorreu-se da vila das Taipas (Caldelas), que até 2017 era do domínio do PSD e sofreu, antes desse ano, “o maior investimento do concelho, de longe, nos últimos anos, com a construção da EB2/3 e do projecto da centralidade na vila”.
Áudio:
Ouça aqui a troca de acusações entre Bruno Fernandes e Domingos Bragança
