Guimarães Jazz: 25 anos “sem ceder a pressões”

São 25 anos “sem amarras” e “sem ceder a pressões”. É assim que Ivo Martins, director artístico do Guimarães Jazz, define o festival que, este ano, celebra as bodas de prata. Com o cartaz fechado, o festival vimaranense apresenta-se, de 5 a 19 de Novembro, recheado de nomes do novo jazz contemporâneo.
Uma edição sem “auto celebrações” e focada no futuro do jazz, disse Ivo Martins à RUM. “Não queremos olhar para dentro do festival, mas sim para o que há-de vir”. A edição número 25 é mudanças. “Fizemos uma espécie de desvio não radical e fomos buscar projectos mais recentes, músicos mais novos e música diferente, tendo sempre por base o que temos trabalhado nos últimos anos”, diz o programador.
Quanto aos nomes que compõem o cartaz deste ano do Guimarães Jazz, Ivo Martins garante que as formações são jovens e trazem novas ideias. Exemplo disso são Matt Wilson, San Francisco Jazz Collective, Rudresh Mahanthappa, Ambrose Akinmusire eDonny McCaslin . “É um cartaz muito equilibrado e são formações extremamente aliciantes para quem gosta e conhece jazz”, garantiu.
Além disso, de forma a ligar-se à cidade o festival vai juntar a Band LUME, de Lisboa, com Banda da Sociedade Musical de Pevidém e o Coro BJazz da Escola de Jazz do Convívio.
Quanto ao cartaz, “a maior parte dos músicos nunca esteve no Guimarães Jazz e se estiveram foi noutras circunstâncias, não com este tipo de formações”, diz Ivo Martins. O único regresso é da Charlie Haden’s Liberation Music Orchestra, “mas compreende-se na medida que o Charlie despareceu, infelizmente, há 5 anos. Quando estiveram cá, há 10 anos, tiveram um grande impacto. Tivemos a casa esgotada 15 dias antes, então sentimos a necessidade de os fazer regressar”, explicou o programador.
Em jeito de balanço, o director artístico do Guimarães Jazz afirma que o festival “não existe para fazer cedências”. “Quisemos fazer as coisas devagar. Não estamos aqui para agradar pessoas. É evidente que o público é fundamental para nós. Temos as nossas ideias e queremos correr riscos permanentemente. Não estamos aqui a fazer cedências a qualquer preço só para ter público ou para que gostem de nós”, resumiu.
25 anos marcados, também, por momentos menos bons. “Também não queremos tornar isto cor-de-rosa. As coisas foram difícies. Passamos por maus momentos, mas isso tornou-nos mais unidos”, revelou.
O Guimarães Jazz acontece de 5 a 19 de Novembro, no Centro Cultural Vila Flor e na Plataforma das Artes e da Criatividade. O passe geral custa 75 euros. Os preços dos bilhetes diários variam entre os 5 e os 17.50€.
PROGRAMA COMPLETO
SÁBADO 05 NOVEMBRO
CCVF / GRANDE AUDITÓRIO / 22H00
LUME + Banda Musical de Pevidém + BJazz (Convívio Jazz Choir)
QUINTA 10 NOVEMBRO
CCVF / GRANDE AUDITÓRIO / 22H00
SFJAZZ Collective: The Music of Miles Davis & Original Compositions
SEXTA 11 NOVEMBRO
CCVF / GRANDE AUDITÓRIO / 22H00
Matt Wilson Quartet
SÁBADO 12 NOVEMBRO
CCVF / PEQUENO AUDITÓRIO / 17H00
Quatro a Zero
SÁBADO 12 NOVEMBRO
CCVF / GRANDE AUDITÓRIO / 22H00
Rudresh Mahanthappa Bird Calls
DOMINGO 13 NOVEMBRO
CCVF / GRANDE AUDITÓRIO / 17H00
Big Band e Ensemble de Cordas da ESMAE
DOMINGO 13 NOVEMBRO
PAC / BLACK / 22H00
Projeto Guimarães Jazz / Porta-Jazz
QUARTA 16 NOVEMBRO
CCVF / GRANDE AUDITÓRIO / 22H00
The Jamie Baum American-Polish Septet
QUINTA 17 NOVEMBRO
CCVF / GRANDE AUDITÓRIO / 22H00
Ambrose Akinmusire Quartet
SEXTA 18 NOVEMBRO
CCVF / GRANDE AUDITÓRIO / 22H00
Donny McCaslin Quartet
SÁBADO 19 NOVEMBRO
CCVF / PEQUENO AUDITÓRIO / 17H00
Adam Bałdych & Helge Lien Trio “Bridges”
SÁBADO 19 NOVEMBRO
CCVF / GRANDE AUDITÓRIO / 22H00
Charlie Haden´s Liberation Music Orchestra, com direção de Carla Bley
